Os velhos e bons tempos, o desfecho da Unimed, os patrocínios em Itaipu, feminicídio…
Estes e outros assuntos são temas da coluna de Rogério Bonato.
Unimed e o desfecho eleitoral
Depois de quase dez dias de embates nas redes sociais, os cooperados do plano de saúde foram às urnas e venceu a Chapa 2, que propôs oposição à atual diretoria. O resultado obteve uma larga vantagem de votos. Outro fato importante foi a expressiva participação dos cooperados. Exatos 130 médicos compareceram à assembleia para votar e, acompanharem uma prestação de contas. A falta de transparência era a maior queixa dos oposicionistas. Não foi uma noite das mais tranquilas, com muitos questionamentos e discussões. Mas entre os feridos, salvaram-se todos.
O resultado
Na opinião de muitos, o resultado final poderia ser esmagador, uma vez que boa parte dos cooperados votaram antes da prestação de contas, onde a demonstração do prejuízo e o salário de algumas pessoas fez muita gente corar de raiva. Ao que se sabe, somados os salários do administrador (CEO contratado) e a esposa, a cifra beira R$ 100 mil mensais. A chapa de oposição conseguiu 76 votos, contra 54 da situação, portanto obtiveram 60% dos cooperados. O desfecho não poderia ser melhor, quando o cirurgião Walid Mohamad Omairi conclamou a união para vender as dificuldades e colocarem juntos o bonde de novo nos trilhos. As partes acabaram se abraçando e assim começa um novo capítulo da Unimed em Foz.
Investigação
O tempo passou e este colunista acabou deixando de conferir como foi a leitura de uma moção de apoio à criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar a administração da Itaipu Binacional. Mas na correria, deu tempo de saber que o texto foi lido e aprovado, por um voto. Calma, vamos explicar melhor: o deputado federal com nome de príncipe, Luiz Philippe de Orleans e Bragança é quem quer levar o assunto adiante em Brasília. Segundo ele, a Binacional apoiou uma série de eventos que ele quer esclarecimentos. Para o deputado, a grana saiu da conta de luz dos brasileiros. Eita que isso não é assim, como já cansamos de explicar, ouvindo uma porção de autoridades do setor elétrico, advogados e até diplomatas.
Operação
Para a abertura de uma CPI, o deputado que é sim parente dos imperadores Pedro I e II, busca todas as adesões possíveis, até das câmaras municipais, associações, prefeituras e afins no ambiente social e político. O problema é que lá adiante, ele precisará passar o assunto entre os deputados também, na base da votação. E será que passa? Este colunista conversou com alguns parlamentares e acreditam que não será tarefa fácil.
Em Foz
A Câmara de Foz do Iguaçu embarcou na discussão por meio de uma Moção de Apoio assinado por cinco vereadores, à iniciativa do deputado, e, no documento tratou o tema com certos cuidados. Mas o tato foi apenas de direita. Na lista de “considerações”, por exemplo, que não é pequena, os vereadores lembraram as obras estruturantes na gestão Bolsonaro, onde o atual prefeito, General Silva e Luna foi um dos impulsionadores. Um pouco adiante consideraram também os projetos “questionáveis”. Aqui entre nós, se fosse para relacionar tudo o que Itaipu fez desde a sua existência, seria uma tarefa complicada. Não há uma única entidade, clube, associação beneficente, instituições esportivas, de ensino, sociais, que um dia não tenham recebido ou sido atendida pela Binacional. Isso, afinal foi colocado em outras palavras.
Puxando a sardinha
Cada governo deu um jeitinho de usar Itaipu e puxar a sardinha para a sua brasa, apoiando eventos, iniciativas das mais diversas em tudo o que é canto, logo, por essas e outras, não será lá muito fácil emplacar uma CPI, sobretudo com invencionices, como a grana que ajudaria a pesar a conta de luz dos consumidores. Em todos os casos, vamos ver onde isso vai dar. Segundo um relato, houve um confronto entre a direta e a esquerda. Foi a primeira vez na legislatura, que o vereador Bosco se engalfinhou com a Valentina. Eita que isso ainda promete emoções no futuro!
Não é
O dinheiro que é usado em apoio a eventos por parte de Itaipu faz parte dos acordos com o sócio, o Paraguai. Algumas pessoas se aprofundaram bastante no tema e formaram opinião diferente aos que acreditam que isso mexe com os valores do fornecimento de energia. Este colunista está levantando depoimentos para deixar o tema bem aclarado, mais uma vez. Vira e mexe isso volta à tona, com os devidos requintes de maledicência.
Itaipu e os patrocínios
Se alguém acredita que jogam dinheiro para o alto, quando o assunto é patrocínio na Binacional, se engana. O processo é muito detalhado, com apresentação de projeto, conferência de documentação, e, a derradeira aprovação que não acontece do dia para a noite. E depois vem a parte mais delicada, a prestação de contas. Se uma vírgula estiver no lugar errado, o repasse ou pagamento não sai. Tudo é excessivamente verificado e quem já se submeteu ao processo sabe muito bem como é.
Falar é fácil
Como sabemos a Itaipu repassa os royalties, um dinheiro que ajuda no desenvolvimento de muitas atividades nas cidades lindeiras. Mas será que alguém já colocou na ponta do lápis o quando a Binacional repassa em convênios, ajuda a entidades, projetos especiais sociais, apoio aos eventos, divulgação de atrativos, dentre outras? Dizem que o valor dos roaylties é bem menor. Logo, se o Oeste do Paraná é uma região considerada próspera aos olhos do mundo, podem acreditar que um pouco desse “desarrolho” se deve ao compromisso da Binacional com todos que apresentam projetos e pedem socorro.
Ainda o Carnaval da Saudade
Estamos no período da Quaresma e mesmo assim, alguns amigos recordam os bons tempos do Carnaval da Saudade e isso acontece graças a nova fantasia que o evento vestiu esse ano, com o lançamento da Charanga da Yolanda. O amigo Adilson Pasini, que foi o Secretário Geral da Fundação Cultural e um dos responsáveis pela demanda de incrementar o Carnaval da Saudade, enviou um registro importante: a primeira charanga que animou o evento, com músicos da Banda Sinfônica e em cima do coreto, os músicos Luana e Ademir, animando a matinê. Foi em 2008 (foto principal)
Criatividade
Sem dinheiro para alugar palco e tendas, a Fundação Cultural foi ao pátio do DRM e requisitou alguns pedaços de postes de metal que lá estavam acumulados depois de serem derrubados por acidentes. Um projeto foi desenhado e um metalúrgico se voluntariou para juntar as pelas e fazer um belo coreto, que passou a ser levado para vários locais da cidade, incluindo a Feirinha da JK.
História é coisa séria
A memória se aguça ainda mais, depois que os fatos são distorcidos ao longo do tempo. O Carnaval da Saudade é fruto do esforço público e venceu pela insistência, inteligência e vontade política. Sem isso, claro, o evento morreu. Mas renasceu e ano que vem com certeza a Charanga da Yolanda será mais um sucesso!
Ainda relembrando
Muita gente não sabe, mas o orçamento para realizar o Carnaval era uma merreca. O “mão de vaca do Paulo Mac Donald” achava que eventos carnavalescos agradavam apenas uma pequena faixa da população e, por isso, concentrava os recursos nas áreas de Saúde e Educação. A solução foi cobrar ingressos na estrutura montada na Avenida Duque de Caxias e com a arrecadação, pagar as contas e ainda conseguir distribuir uma ajuda aos blocos. Detalhe, o presidente da Fundação Cultural, Prefeito, secretários e vereadores entravam na fila da bilheteria. O Carnaval da Saudade surgiu como opção para alegrar as crianças e famílias, muitas das quais se divertiam nos clubes sociais, que por vários motivos deixaram de realizar os bailes e as matinês.
Falar em quaresma
…eis que começam a surgir as famosas “festas dos peixes”. Para quem gosta é um período muito bom de variar o cardápio, sobretudo porque ele é composto de pescados regionais. O povo adora, mas há quem reclame um pouco dos preços, entre R$ 60 a R$ 90 por pessoa. Acontece que além dos pescados, servem também os acompanhamentos e montam toda uma estrutura para atender aos comensais. As pessoas vão porque sabem que além do alimento, ajudam uma entidade ou igreja. A movimentação é garantida.
Não sai barato
A coluna vive repetindo o assunto, mas em épocas como Páscoa, os preços disparam em muitos produtos, mas usando da criatividade é possível realizar uma boa mesa, agradando a todos. Mas os que realmente querem economizar, que se arrisquem sair para pescar, há vários locais, até porque a cidade é cercada de rios, arroio e o Lago de Itaipu. Pegar um peixe é que pode ser um problema. Dizem os entendidos que algumas espécies estão sumidas; “com sorte dá para pegar uns bagres, mas é preciso saber fazer, senão vira em espinho”, disse um amigo pescador e ex dono de restaurante de beira de rio.
Equilíbrio do Orçamento
Não está errado imaginar o General Silva e Luna na versão de um equilibrista de pratos, no circo, manejando as varetas de maneiras que as louças continuem girando. Se descuidar de apenas uma, estará feito o estrago.
Estica e puxa
Quando o assunto é o Orçamento Municipal, o cobertor sempre é curto e os pés de muitas secretarias acabam ficando de fora. É assim em geral, quando um governo é cheio de gente nova, com experiência em outras áreas. Até acertarem a mão demora e além do mais, há a necessidade de conversar com a Câmara, pedir remanejamentos e não é um processo dos mais tranquilos, sobretudo quando algum vereador resolver embirrar, pedir vistas, dentre outras.
De um ano ao outro
E devemos ter em mente que o Orçamento de 2025 foi analisado e votado por uma legislatura que foi renovada em bom número, embora quase todos os “novatos” tenham acompanhado os trabalhos com o interesse de antecipar a atuação, o que é de certa forma preventivo.
Atrasos
Segundo uma informação, há algumas áreas bastante afetadas e com a impossibilidade de pagar as contas do ano passado, porque isso depende de remanejamento. Sofrem as diretorias que se mudaram para outras secretarias. Disseram a este colunista que a área do Meio Ambiente está no foco dos cobradores, a começar pelo povo que trata os animais abandonados. Uma fonte revelou que tudo está entrando aos poucos no eixo.
Atualização
Alô, alô, General Silva e Luna, muitos leitores estão enviando mensagens pedindo uma atualização das obras da prefeitura. Uma é a ligação da Avenida João Paulo II e a outra é o Parque Remador, cercado por tapumes.
O caso Zarhará
A polícia está investigando a execução da jovem de 25 anos, um crime que chocou a cidade e os moradores da área sul, onde ela residia. E o abalo foi maior, porque o Remanso Grande, onde o corpo foi encontrado e, possivelmente executado, é uma localidade tranquila, como são os bairros vizinhos. A vítima morava na Vila Carimã e o assunto ainda mexe bastante com a cabeça da população. Segundo uma informação, no curso das investigações, até o momento, não se atribui envolvimento de um ex companheiro ou pessoa com quem a jovem pudesse manter um relacionamento, senso assim, o caso não pode ser tratado como um “feminicídio”, na visão de um advogado que encontrou em contato com este colunista. Segundo o causídico, um amigo a quem agradecemos a mensagem, o tema ainda não pode ser tipificado assim, com o risco de pré-julgamento. Relacionar a tragédia como feminicídio dá no mesmo que acusar alguém que sequer foi indiciado. Se pessoa assim está sendo investigada, aí já não se sabe.
Medida protetiva
O profissional em questão também mencionou que há que se atentar bastante com aos prazos em que as medidas protetivas são requeridas, atendidas e elas em geral, possuem validade, porque a falta dessas observações, pode ocasionar confusão perante a opinião pública, prejudicando uma instituição que zela pela segurança das vítimas. “Não se pode banalizar um assunto assim, porque cada caso possui uma compreensão”, disse. Atendendo ao amigo, que pediu para não ter o nome divulgado e que faz questão de informar que não atua no caso, esperamos que a Polícia Civil elucide os crimes que caracterizam feminicídio ou não, e que lamentavelmente afetam a tantas mulheres em Foz, no Paraná e no Brasil. Os índices não são em nada favoráveis, quando fazemos comparações com outros países.
Vitrine
O assunto está em pauta, em razão das comemorações do Dia Internacional da Mulher, no último 08/03. O bom mesmo é abrir os olhos para o que acontece ao longo do ano, onde ocorrem todos os tipos de violência contra as mulheres no país, além da desigualdade salarial e a falta de políticas públicas.
Rogério Romano Bonato escreve com excluisvidade para o Almanaque Futuro e assina a coluna No Bico do Corvo.