Por Adilson Pasini –
Confesso que tenho curiosidade em muitas coisas, e uma delas é o tal SISTEMA.
Dizem que a unanimidade é burra, mas ela só é na base que sustenta a pirâmide, porque no topo do SISTEMA a unanimidade é sábia.
Existe um cartel extremamente sincronizado que se manifesta a favor das mesmas coisas, frequentemente da mesma maneira, às vezes com as mesmas palavras e sempre ao mesmo tempo.
Neste pacto está o capitalismo explorador que amarra as pessoas estratégicas da política, e o estatismo se alinha a esse jogo para se sustentar no poder.
Essa turma transfere suas convicções como quem faz anúncio de mortadela e com a mesma desfaçatez de um ladrão engravatado.
Essa gente fanática, financiada pelo capital, obedece aos ditames do SISTEMA da mesma forma que escolhe sua roupa, achando lindo o que os seus superiores dizem que é lindo.
Notem que qualquer corporativismo é geralmente inseparável do estado, e o SISTEMA se encarrega de unir o pior do capitalismo com o pior do comunismo, para atuarem em ações que os beneficiam.
Reafirmo que não sou especialista em rótulos, nunca tive qualquer compulsão em me definir como alguma marca, assim como jamais encontrei ideologia que me apaixonasse totalmente, bem como ter leitores que pensam como eu, por isso, digo: apresenta-me uma pessoa que concorda 100% com outra, que eu lhe mostro um idiota.
Como sou digno de um cérebro cimentado de supostas boas intenções, percebo de longe a mancomunação entre atos e fatos praticados de forma sórdida pelo SISTEMA.
As eleições são um exemplo, nunca vi na história uma forma tão funesta e uma imoralidade tão injustificada como a que ocorreu neste ano.
Finalizo dizendo que existe uma causa suprema contra a qual não há argumento que tente me persuadir, por isso não fico ao lado do que um dia eu possa reprovar, o SISTEMA é um deles.
Adilson Pasini é professor universitário, auditor e escritor
