O dia 7 de Setembro e a mulher Leopoldina

Por Adilson Pasini*

 

A Imperatriz Leopoldina teve um papel fundamental na Independência do Brasil.

Carolina Josefa Leopoldina de Habsburgo, esposa do Imperador D. Pedro I, mãe de sete filhos, reunia um conjunto de virtudes no campo do saber e da sensatez na forma de agir.

Leopoldina nasceu em Viena, Áustria, em 1797, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1826, no Paço de São Cristóvão.

Em agosto de 1822, Leopoldina assume a posição de Regente do Brasil, em razão da viagem de D. Pedro à então província de São Paulo, e, como chefe interina e Presidente do Conselho de Estado, ela arquitetou a independência e ajudou a escrever a história política do Brasil.

No dia 2 de setembro de 1822, Leopoldina assinou o Decreto de Independência do Brasil, e após cinco dias, precisamente em 7 de setembro de 1822, D. Pedro proclamou o grito de independência às margens do Rio Ipiranga, próximo onde hoje é o centro da cidade de São Paulo. O ato tornou o Brasil uma nação independente.

A independência do Brasil aconteceu na medida em que a elite brasileira percebeu que Portugal queria restabelecer o país como colônia novamente. O Brasil, no entanto, alcançava o status de nação pertencente ao Reino Unido de Portugal.

O separatismo surgiu como opção diante da situação que se vislumbrava, sendo D. Pedro, ainda Príncipe, influenciado pela medida tomada pela sua esposa Maria Leopoldina.

Lembrando que a atitude de Dona Leopoldina se deu após a leitura das cartas portuguesas que destituía D. Pedro e determinava que as províncias passariam a se reportar diretamente à Lisboa.

Depois desse ato, Maria Leopoldina, como queria ser chamada, se empenhou no reconhecimento da autonomia do Brasil pelas cortes europeias e foi conselheira para a decisão política sobre o futuro do país, incentivou o movimento conhecido como “Dia do Fico”, em 9 de janeiro de 1822, que foi uma forma de explicitar sua recusa ao retorno à Lisboa.

Vale destacar que Maria Leopoldina é considerada a primeira mulher a se tornar chefe de estado de um país americano independente.

 

Vamos ao grito de D. Pedro.

No reencontro com seus guardas, às 16h30, em São Paulo, no dia 7 de setembro de 1822, após inteirar-se de todos os acontecimentos ele disse: “Amigos, as cortes portuguesas querem mesmo escravizar-nos e perseguem-nos. De hoje em diante, nossas relações estão quebradas. Nenhum laço nos une mais. E aí bradou “Laço Fora, Soldados! Viva a independência e a liberdade do Brasil”, e explodiu: “É tempo, Independência ou morte! Estamos separados de Portugal.”

Vale também esclarecer que algumas províncias marcadas por conflitos internos levaram anos para se consolidar ao território hoje chamado Brasil.

Em 01 de dezembro de 1822, Príncipe D. Pedro foi coroado Imperador, passando a ser chamado de D. Pedro I, criando o primeiro reinado, entre 1822 a 1831. De 1832 a 1839 houve o chamado: Período Regencial, um tipo de rodízio de comando para agradar todo mundo. O segundo mandato imperial teve D. Pedro II no trono, iniciado em 1840 terminando em 1889, com a Proclamação da República.

Os restos mortais da Imperatriz Leopoldina, vindos do Rio de Janeiro, em 1954, e de D. Pedro I, de Portugal, em 1972 – exceto o seu coração – foram sepultados na cripta imperial, no monumento histórico localizado no Parque da Independência, no bairro Ipiranga, na cidade de São Paulo; construído no local exato onde foi proclamada a Independência.

Neste ano, pela relevância da data, a diplomacia brasileira trouxe o coração de D. Pedro I que estava guardado na cidade do Porto, em Portugal, para as comemorações festivas dos 200 anos da Independência do Brasil (1822-2022).

Ainda para lembrar, a primeira bandeira do Brasil faz uma homenagem aos soberanos, o verde representa as cores da família portuguesa Bragança, de D. Pedro I, e o amarelo representa as cores da família austríaca Habsburgo, da Dona Leopoldina.

A IMPERATRIZ LEOPOLDINA ERA IDOLATRADA PORQUE ABRAÇOU O BRASIL COMO SEU PAÍS, OS BRASILEIROS COMO O SEU POVO E A INDEPENDÊNCIA COMO A SUA CAUSA.

*Adilson Pasini é professor universitário, auditor e escritor.