Nova pesquisa Radar Inteligência aponta evoluções e quedas entre os candidatos de Foz
É o terceiro levantamento da empresa desde maio o que possibilita uma análise de desmepenho. Leia na coluna de Rogério Bonato
*Por Rogério Romano Bonato_
Mais uma da Radar
A esta altura todo cidadão sintonizado deve ter comparado os números da última pesquisa da empresa Radar Inteligência que realizou por recursos próprios a avaliação do cenário político atual e intenção de voto para a eleição de 2024. O período de campo foi de 08 a 09 de agosto., considerando um universo de 204.360 eleitores, segundo o TSE Julho; as entrevistas foram aplicadas a transeuntes no método presencial. A ideia aqui é contextualizar o resultado, com a exatidão dos números e se possível com as pitadas clássicas de humor, argumentos técnicos amparados e os gentis comentários do amigo Luiz Kossar, que entende muito do assunto. Como estamos no início do caminho, nos concederemos essa liberdade.
Os dados
A amostra da pesquisa, segundo o instituto, “é representativa a população eleitora de Foz do Iguaçu, observando-se rigorosamente a proporcionalidade, quanto a gênero, grupo de idade, grau de instrução e nível econômico do eleitor residente e domiciliado na cidade de Foz do Iguaçu, com dados do IBGE. Foram 600 entrevistas, com intervalo de confiança de 95,5%, margem de erro de 4,0% para mais ou para menos. O número de registros no TRE/PR é PR-04924/2024, com publicação autorizada a partir do dia 13 de agosto de 2024.
Os números
Na intenção “Espontânea” de voto para prefeito, Paulo Mac Donald possui 21,2%, o General Silva e Luna 9,5%, Sâmis da Silva 3,6%; Chico Brasileiro 1,2; Airton José 0,8; Nilton Bobato 0,2; Claudeir dos Santos (o Tio) 0,2; João José Arce Morales 0,2; Não Sabe/Não Opinou 63,3%. O módulo espontâneo é quando o entrevistador não apresenta lista de candidatos e o entrevistado diz o que lhe vem à cabeça. O que podemos deduzir neste quadro é que ainda há um número relevante de pessoas que “não sabem” ou “não quiseram opinar”, 63,3%. Um valor assim pode causar muitas emoções ao longo do percurso. Se segurem. O matemático Luiz Kossar diz que o número é um sinal de que muitos eleitores ainda estão distantes do processo.
Estimulada
Paulo Mac Donald possui 46,9% nos votos nominais e 40,2% no total; General Silva e Luna 24,9% e 21,3% respectivamente; Sâmis da Silva 10,8% e 9,3%; Airton José 10,5% e 9,0%; Sérgio Caimi 1,8% e 1,5%; Zé Elias 0,8 e 0,7%; Tulio Bandeira 0,6% e 0,5%; Latinha 0,0 e 0,0%; Nulo/Branco 3,7% e 3,2%; Não Sabe/Não Opinou 14,3% e 11,2%. Vejamos, a Radar Inteligência considerou a participação de Túlio Bandeira e explicou que seu nome constava em ata, por essa razão fez parte do levantamento. Mas os dados pertencentes ao ex-candidato são quase que irrelevantes e não alteram com gravidade os números.
Nominais e totais
Não custa explicar: os votos nominais é quando os “indecisos”, no caso “não sabe e nenhum”, são subtraídos e naturalmente isso muda o cálculo e o demonstrativo, com a porcentagem recaindo na intenção de voto em determinado nome. Apenas para ilustrar, Paulo Mac Donald possui 40,2% no total, sem os nominais e o; General Silva e Luna 21,3%, portanto uma diferença de quase 20 pontos.
Comparativamente
A Radar realizou três levantamentos que foram publicados, sendo que os dois primeiros ainda mantinham a condição dos pré-candidatos. Mas é possível traçar uma linha no comportamento dos pesquisados. Os levantamentos, portanto, ocorreram em 21, 22 e 23 de maio (registro no TSE com o número PR-06064/2024, em 29/05/2024); em 5, 16 e 17 de julho de 2024, com o registro no TRE/PR conforme o número PR-04712/2024 e por fim esta última pesquisa. Olhando para os que estão na ponta, Paulo vinha com 44,0%, foi para 44,6% e agora 40,2%, sua linha declinou no gráfico. O General, por sua vez, possuía 15,8%, subiu para 17,0% e agora chegou em 21,3%, apresentando uma linha de crescimento. Isso sem demérito ao segundo pelotão, onde aparecem os demais candidatos. Por umas e outras existem os gráficos, facilitando a vida dos cronistas. O povo ainda gosta de olhar os desenhos.
Sâmis e Aírton
Aí temos outra leitura. Aírton José saiu de 8,7% em maio, caiu para 8,0% em julho e subiu para 9,0% em agosto. Sâmis mantém a dianteira e está tecnicamente empatado na terceira posição. O tucano tinha 7,8% em maio, 9,3% em julho e mantém o mesmo resultado. Aírton cresceu e Sâmis estabilizou, em relação à penúltima pesquisa, a que foi realizada em julho. Vamos aqui reforçar que os dados analisados são inerentes aos trabalhos conferidos pela Radar Inteligência.
Terceiro pelotão
Eleição não é evento automobilístico, mas se todos os candidatos estivessem na pista, sobre rodas, ou como os cavalinhos do Fantástico, apareceriam divididos em blocos. No terceiro grupo o comportamento é assim: Sérgio Caimi pontuava 1,5% em julho e manteve o resultado; Zé Elias começou com 0,2%, escalou o gráfico para 1,2% e no recente levantamento aparece com 0,7%. O candidato Latinha, por sua vez, conseguiu 0,3% em julho e não pontuou na pesquisa desta terça-feira, 13/08.
O “Não Sabe/Não Opinou”
Em maio, eram 9,8%; em julho subiu para 11,2% e na mais recente pesquisa, é 14,3%. Os indecisos aumentam, no lugar de diminuírem. Já os Nulos e Brancos, eram 4,1% e diminuíram para 2,7% em julho e tornaram a aumentar para 3,2%. Segundo a análise de Luiz Kossar o fenômeno, pela sequência deveria ser o contrário. Para ele, “no estimulo, quando os nomes são apresentados, os números de indecisos devem diminuir com o passar do tempo”.
A maldição chamada “Rejeição”
Há quem não olhe outra coisa nas pesquisas. Rejeição é como uma praga do Egito na vida dos candidatos; uma lepra grudenta que derrete a investidura de quem tenta driblar as adversidades eleitorais. De maio até agora, os índices que rejeitam os nomes à prefeitura estão assim: Sâmis é o mais rejeitado com 17,0%, seguido por Paulo Mac Donald com exatos 13,0%. O Latinha possui 10,7%; o General Silva e Luna 4,9%; Aírton José 4,5%; Zé Elias 2,2% e por fim, Sérgio Caimi, 1,7%, o menos rejeitado até o momento. São os índices de refugo dos que são realmente candidatos. O levantamento aponta que 42,0% não sabe quem mais rejeitará até o fim do processo. Isso definitivamente refletirá nas urnas. Uma barbaridade! Não está errado quem disse que o “amor anda juntinho com o ódio”.
A expectativa de voto
Quando os pesquisadores perguntam: Quem destes nomes o(a) Sr(a) acha que vai ganhar a eleição de Prefeito de Foz do Iguaçu? Os consultados respondem: Paulo Mac Donald 46,6%, General Silva e Luna 14,0%, Sâmis da Silva 6,2, Airton José 4,5, Sérgio Caimi 0,7, Tulio Bandeira 0,5, Zé Elias 0,2, Latinha 0,0 chances de vencer a eleição, segundo a pesquisa. O item “Não sabe/Não opinou” está na casa dos 27,3%, ele, em verdade, só perde para o Paulo Mac no quesito, mas é um número arisco e isso ninguém duvida.
Quem ganha de quem no segundo turno?
Aí é uma bagunça e o conselho é olharem a pesquisa, pois é um tal de um com poucas chances no primeiro turno, surpreender no segundo; seria como acertar na loteria. Um exemplo: Aírton ganha do Sâmis, perde para o Paulo, que por sua vez ganha do General, que derrota o Sâmis; é quando a porca da rebordosa se encaixa na parafuseta, ou seja, é cedo para imaginar. O caminho é longo até o final do primeiro turno, o que dizer, elucubrar o segundo?
Falar no Kossar…
…o professor usou da boa vontade e deu uma aula de como realizar uma pesquisa credível, mas é necessário atentar para as regras eleitorais. Ele publicou em suas redes sociais um gráfico muito interessante e certamente eficiente.
Os conselhos do mestre
Segundo o matemático, “as últimas pesquisas eleitorais divulgadas em Foz do Iguaçu demonstram resultados diferentes. As consequências desta anomalia, vão desde enganar os candidatos até causarem a desconfiança do eleitor”. Kossar ensina que o número de amostras é calculado pela seguinte formula: n=P.Q Z²/e²; onde “n” é o “número de amostras”; “P”, a proporção ou porcentagem da ocorrência da variável em estudo; “Q”, a proporção ou porcentagem da não ocorrência da variável em estudo; “e”, a margem de erro “z”, desvio padrão, para intervalo de confiança de 95%; o desvio padrão Z = 2. Para intervalo de confiança de 95% com 600 amostras, a margem de erro é de 4,1%. Certamente os matemáticos entenderiam com facilidade, mas como a maioria só lê o gibi do Professor Pardal, fica difícil. O Luiz também ensina o peso das regiões de Foz, cinco no total, com universos dos mais diferentes.
Sem caixa de sapato
Há um exercício realizado em Foz, em tempos de eleições. Não é difícil vez pessoas carregando pequenas urnas de um lado ao outro do TTU – Terminal de Transporte Urbano. As caixas possuem um rasgo na parte superior e os abordados enviam as cédulas lá, com os nomes dos candidatos. A contagem de votos é uma espécie de festa nos diretórios. O interessante é que alguns candidatos “sabidos”, espertinhos, mandavam os cabos eleitorais irem lá votar e esculhambavam eles mesmos os resultados.
Coisa séria
Pesquisa é algo científico, precisa de critério de elaboração, de análise a apuração. Para o Kossar, o resultado de uma Pesquisa só é confiável quando a “metodologia”, ou seja, a ciência, obedece aos critérios das variáveis, os dados disponíveis nos órgãos oficiais, como IBGE, IPADES e outros. “Pesquisa é uma foto do momento. Caso não haja erro amostral, ela demonstra a tendência do eleitor, isto não quer dizer que quem esteja na frente, continue assim, pois conforme o tempo passa os cenários podem mudar. Fenômenos de mudanças tem acontecido com frequência em todos os pleitos, nacionais, estaduais e municipais”, disse.
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