Muita coisa para pensar no final de semana…

...a começar pela água, o bem mais precioso do Planeta, suporte da vida, mas que é tratada com desprezo. Leia este e outros assunto na coluna do Rogério Bonato!

Água comemorada

Neste sábado haverá comemorações e atividades por toda a Foz do Iguaçu, cidade que é um exemplo da abundância do líquido mais precioso do planeta, a água. Aposto que um ou outro leitor pensou que eu fosse escrever “cerveja”. A cidade é praticamente uma ilha, cercada por grandes rios, nascentes, riachos, arroios, com cataratas, cascatas, lagos, lençóis freáticos e está sobre um oceano submerso, o Aquífero Guarani. Pode-se dizer que em certas épocas do ano, dependendo à água que cai do céu, o município faz concorrência com Veneza, tamanha a quantidade de alagamentos! Foz é quase sinônimo de “água”, e foi por essas e outras que este colunista, a pedido do Gilmar Piolla, criou o nome para um portal que seria especializado no Turismo das Águas, dentre outras, o H2Foz.

E como é essa água toda?

É boa. Segundo a Sanepar é ótima para o consumo. E vai ver é por isso custa caro. Vá ao mercado, compre fardos de água mineral e depois compare com o valor das faturas concessionária. Verá que proporcionalmente, a água é mais cara que a Luz. O caso é que até vivemos sem a energia elétrica, jamais sem a água. E é justamente para garantir a qualidade, que o povo se mobiliza em dias comemorativos. O bom mesmo seria não precisar realizar mutirões para retirar toneladas de lixo da nossa literal fonte de vida, e, deveríamos preservá-la cotidianamente. Mas vai explicar isso para os ignorantes, que não imaginam e nem acreditam que corremos o risco de secar o planeta? Isso aliás, pode acontecer bem antes do que se esperava. A “hidrosfera” é muito ameaçada e contaminada. O que o homem causou em menos de dois séculos, levará provavelmente milhares de anos para reverter. O desenvolvimento não é complacente às causas naturais, muito sensíveis diante de tanta agressão.

Burrice indômita

Hoje andam soltando mais foguetes em direção ao espaço, do que em festa de São João. Porque será? Para estudar o comportamento dos camundongos? Para saber como o corpo humano reage à falta de gravidade? Para observar lá de cima o planeta? Coisa nenhuma, é para tentar a todo o custo encontrar um novo lar para a humanidade. Vamos fazer as contas: juntando toda a grana investida nos programas cósmicos dos EUA, China, Índia, Rússia, Japão, Alemanha e até do Brasil, mais o dinheiro dos “bilhardários” encabeçados pelo Elon Musk, e a soma dos orçamentos voltados para a exploração espacial, alcançaremos alguns trilhões de dólares. Será que se usassem uma parte desse dinheiro em conscientização e educação em favor do meio-ambiente, não seria mais eficiente?

Vamos explorar?

É preciso sim explorar, faz parte da natureza humana, mas para se chegar ao planeta mais próximo e em condições de receber os humanos, só com a velocidade da luz. Um dos lugares mais próximos seria o Gliese 832c, um exoplaneta semelhante à Terra, a cerca de 16 anos-luz de distância. É semelhante, mas não é igual. Humanos não respirariam livremente lá, mas há muita água, segundo as investigações. Vamos pedir uma mãozinha da IA para imaginar como seria chegar até lá: para começar, um ano-luz é a distância que a luz viaja em um ano, aproximadamente 9,46 trilhões de quilômetros. Logo, 16 anos-luz equivalem a cerca de 151 trilhões de quilômetros.

E dá para chegar?

Considerando que uma nave espacial atualmente não supera 61.000 Km/h, a velocidade da Voyager 1, os 151 trilhões seriam percorridos em cerca de 283 anos! Então, para se percorrer essa distância, levando em conta que cada geração tem filhos a partir dos 25 a 30 anos, podemos estimar quase dez gerações procriando dentro de uma nave espacial, para ir buscar um balde de água em Gliese 832c! Lascou-se a humanidade. Do jeito em que as coisas vão, quando os exploradores chegarem ao destino, provavelmente a vida esteja muito comprometida em nosso planeta. Em síntese, a ciência precisa avançar muito, até que os astronautas não se convertam em geleia em suas missões de chegar a lugares assim tão distantes. É mais fácil, simples e barato, cuidar dos recursos naturais. Bora catar pneus, latas, garrafas pet e lixo nas águas iguaçuenses! Barbaridade!

A culpa é do seu Júlio

Resumindo, só se viaja de um planeta ao outro, por equanto, em filmes de ficção científica. Há leitores que adoram esse tipo de texto, mas alguns reclamam: “poxa eu pago pela assinatura de um jornalzinho para ler essa cultura inútil?”, escreveu um amigo faz uns tempos. Não é cultura inútil, é exercício mental, pensamento, reflexão. Isso faz bem de vez em quando. “O que você andou lendo quando era criança?”, quis saber a leitora Elizabeth H. Dias. Faço questão de explicar: raramente ganhei brinquedos, porque meus pais eram humildes, trabalhavam muito para prover educação, boa alimentação e saúde. Não sobrava recursos para outras coisas. Nos aniversários e comemorações ganhava livros, especialmente da minha avó paterna, que me apresentou dentre outros, o Júlio Verne. Li todas as suas obras e por isso, vivia na imaginação, em submarinos, naves espaciais e no mundo da Lua. Em geral, quando minha mãe era chamada à escola, pelo meu déficit de atenção, voltava para casa insultando o seu Júlio. Peço desculpas aos leitores se os chateio com esses espasmos redacionais. Bola pra frente!

Cadê o “mundo” iguaçuense?

Parece mesmo ser comum os vereadores desta legislatura ocuparem a tribuna da Câmara discutindo a economia brasileira e mundial, a defesa de suas ideologias, anistia, pesquisas nacionais com a aprovação e desaprovação do governo. Puxa vida, isso a gente assiste nos noticiários. Quando é que vão debater mais a fundo os problemas da cidade e de que maneira amenizar o tormento de uma faixa considerável da população? É vereador da direita defendendo o Bolsonaro e da esquerda, o Lula. Essa queda de braço não interessa muito a população; é bom que saibam.

O que o povo espera?

O cidadão anda preocupado com as filas na Saúde, a conversão do asfalto em buraco, o valor do IPTU, dentre outras taxas municipais. A turma da situação poderia muito bem usar a tribuna explicando como isso é calculado e a oposição, oferecendo alternativas, ideais e soluções para o governo aliviar o bolso dos contribuintes. Isso é política construtiva de base, olhando para a cidade. Não dá para ficarem antecipando as eleições do ano que vem, francamente. Este colunista recebe uma porção de mensagens e se baseia na opinião da população. Desculpe se isso é uma ofensa aos legisladores.

Educação ameaçada

Quando um professor, orientador, merendeira, enfim, um educador é agredido, todo o sistema sofre, porque a dor é dilacerante se for elevada ao seu esforço e dedicação para com os alunos. Às vezes um professor precisa ser um pouco mais firme, mas isso não quer dizer que os pais do aluno repreendido, sem antes entenderem as razões, partam para a ignorância. Leia-se, essa “firmeza” de alguns docentes, como organização e postura, frente a tudo o que acontece nas escolas. De outra maneira, às vezes, um jovem se comporta em casa, porque a maioria dos pais são bem mais rígidos, mas se transformam nas ruas e escola. Infelizmente a educação apanha com o que essas crianças aprendem nos celulares, redes sociais e isso se manifesta também pela abordagem fora das salas de aulas. Há muitos indivíduos nocivos frequentando o entorno das unidades escolares, recrutando a molecada para as suas ações nefastas. Os recrutados, por sua vez, tentam a todo o custo deformar os colegas e é assim que essa onda se move. Se não agirem assim, sofrerão represálias. Parece coisa de cinema, é cruel, e é verdade.  E isso não ocorre apenas em áreas mais pobres. A luta para melhorar dentro, o que há de ruim do lado de fora das escolas às vezes é inglória. Taí algo interessante para os vereadores levarem mais para a tribuna.

Professores são amigos

Segundo dizem os jovens, os professores ainda são os pilares e a inspiração da maioria. Alunos dedicados valorizam os mestres, independentemente as deformações sociais. O ocorrido na Escola Municipal Duque de Caxias não é um ato isolado e por isso toda a classe protesta, pedindo segurança e antes, respeito.

Mais educados?

“No meu tempo era diferente, a gente ia para a escola de pé no chão, ao chegar, cantava o Hino Nacional, tomava café da manhã e dividia a “carteira escolar”, de madeira e ferro fundido com outro aluno”. Tinha tinteiro e usávamos bico de pena e nanquim. Uma vez ao ano tirávamos foto na mesa do professor, com o mapa do Brasil ao fundo. Às vezes a professora fazia uso da régua e dava puxões de orelha e quando a gente chegava em casa e reclamava, apanhava de novo, porque os meus pais apoiavam totalmente os professores, eles cuidavam da gente enquanto papai e mamãe trabalhavam. Vivíamos praticamente na escola. Tudo acontecia lá, o jogo de futebol, a quermesse, projetavam filmes do Gordo e o Magro. Hoje isso mudou, professor não pode falar um pouco alto com aluno, senão apanha na rua. A molecada está cada vez mais atrevida e leva a sério o que sai na internet, onde tem gente ensinando como se rebelar e tocaiar um professor na esquina, imagina?”, escreveu o seo Paulo H. V. Pontes, aposentado. A educação tenta acompanhar os tempos, as regras mudam, mas é difícil lidar com tantas diferenças sociais. Professores são heróis cotidianos.

Investimentos em habitação

Os governos se esforçam, tentam a todo o custo dar um teto aos que precisam. A Habitação está no topo das políticas públicas necessárias e isso acontece em Foz, embora o ritmo às vezes empaque. Mas vamos dar uma volta pela cidade e ver a quantidade de conjuntos habitacionais, os novos e os antigos, as vilas de Itaipu e o que está sendo preparado, inclusive com nome de cantoras famosas. Outro dado interessante, é a quantidade de habitações populares sendo comercializadas. Não deveria ocorrer dessa maneira. Um mutuário deve respeitar os programas e a sociedade. “Todo mundo quer ‘ganhar’ uma casa para depois vender”, disse em alto e bom tom a diarista desde colunista. Se é uma expressão popular, deve ser bem verdadeira.

Obras

Como este colunista sempre fez um balanço das obras de Foz, com ênfase nas estruturantes, algumas pessoas sentem falta da atualização e por isso reclamam. Ontem, passando embaixo do viaduto na Av. das Cataratas foi possível avistar a movimentação de veículos em uma das alças que serve a localidade da Mata Verde. Isso quer dizer que um trecho da Perimetral Leste está em funcionamento. O maquinário quase completou o acesso que faltava no viaduto. A demanda segue o passo e o mesmo ocorre da BR 469, com a instalação de tubulações. Uma hora isso termina e, teremos praticamente outra área Sul.

Outra cidade

A mobilidade urbana será favorecida com as obras estruturantes e por isso é importante que funcionem para valer. Reclamam a torto e direito que a Ponte da Integração está parada e está mesmo, mas cadê os acessos? Pior seria fazerem as vias e não existir a travessia.

Porto Seco

Dizem os especialistas, que não adianta correm para aprontar a Perimetral Leste, caso o novo Porto Seco não entre em funcionamento. Sem ele, os caminhões continuarão passando pelo centro de Foz e se forem usar a nova estrada, terão que retornar pela BR 277, nas proximidades da Ponte da Amizade. Dá para deduzir a bagunça que isso causará.

Ricardinho prefeito!

O General Silva e Luna vai faz uma viagem ao exterior, não é até Puerto Iguazú e nem Ciudad del Este e o Ricardo Nascimento assumiu a Prefeitura de Foz. A transmissão de posse foi nesta sexta feira. O que se sabe é que o Ricardinho fará um follow-up no andamento de uma série de iniciativas da administração. O vice entrará para o livro dos recordes, é o que mais rápido sentou na cadeira de prefeito após o início de uma administração.

Silva e Luna na OEA

Isso mesmo, o prefeito de Foz está em Washington participando DcGs – “Diálogo Hemisférico com Gobiernos Subnacionales”. Segundo se sabe, foi o único brasileiro convidado, pelo menos é o que informou a organização do evento chancelado pela OEA – Organização dos Estados Americanos. E o General Silva e Luna terá direito à fala. Luis Almagro, Secretario General, OEA é quem fará a abertura do evento.

Cadê o acesso?

O General disse que não descansaria até começarem a obra que substituirá o “trevo do Charrua”, fechado desde o funcionamento do famigerado viaduto na BR 277. Famigerado porque não resolveu absolutamente nada. Urbanistas asseguram que além de jogarem dinheiro fora, erraram feio no sentido do trânsito. Poderiam realizar acessos bem mais econômicos e eficientes. Segundo uma informação, há sinalização por parte de um órgão competente e o trevo poderá até ser liberado como era antes, para facilitar o fluxo. Mas será que facilita? O espaço está aberto para quem entende.

Trincheira

Segundo um engenheiro, a saída é a trincheira, uma obra econômica e que não complicará o trânsito durante a execução. Há quem defenda um viaduto, mas isso “comeria” parte do Parque de Exposições de um lado e imóveis do outro. Todavia saberemos a quantas o tema anda, depois que o General retornar de uma conferência da OEA.

Boas vindas ao outono!

Todas as esperanças na nova estação estão concentradas no alívio das temperaturas, porque o verão que acabou de passar não foi fácil. Já é possível sentir uma brisa fresca pela manhã, mas na parte da tarde, o calor ainda derrete. O verão de 2024/25, encerrado nesta quinta-feira (20), foi o sexto mais quente no Brasil desde 1961, com temperaturas escaldantes, acima da média histórica entre 1991 a 2020. Não foi diferente em muitos países.

E o inverno?

Segundo a ciência, com o enfraquecimento do La Niña e o estabelecimento da fase de neutralidade climática nos próximos meses, o inverno terá dias mais frios, em contraste com o ano passado. Massas de ar já deram as caras pela Região Sul e há expectativa que tenhamos mais massas de ar polar avançando pelo centro-sul. Preparem os cobertores e é bom ir retirando as roupas pesadas dos armários, porque cheio de mofo e naftalina ninguém suporta.

Onde é que isso ajuda?

O calor é um destruidor dos orçamentos domésticos porque usamos muito os aparelhos de ar-condicionado, ventiladores, refrigeradores, geladeiras e isso consome mais energia elétrica. Mas é preciso cuidado com o inverno também, sobretudo com os chuveiros elétricos. Muita gente demora mais no banho e um chuveiro, dependendo o modelo, gasta mais até que ar-condicionado. E misturando o consumo entre a energia e a água, está feito o estrago. Há quem não viva também sem aquecedores e eles são gastões. No período escurece cedo e as luzes são acionadas por mais tempo. Quem não cuidar, acaba gastando mais. Fora isso há um aumento dos problemas com a saúde, porque o ar fica mais seco e o povo queima lenha, um hábito regional que acaba causando problemas respiratórios. No geral o inverno é bom. Apenas para ilustrar, a melhor época de se entender com o clima em Foz é o início da Primavera. Que bom se fosse sempre assim. Um bom final de semana a todos!