Foz em movimento: entre a roda da história e o futuro conectado

Da lembrança da “Lusitana” às novas agências de desenvolvimento, passando pelo turismo como motor econômico e os desafios do 5G, Foz do Iguaçu busca reinventar sua gestão pública para enfrentar o presente e projetar um futuro duradouro. Leia na coluna de Rogério Bonato e ouça o Pod Cast com o comentário do secretário de Turismo Jim Petrycoski

O mundo gira… “A Lusitana” roda

Deu o que falar o comentário sobre o slogan da transportadora “A Lusitana”, sucesso nos anos 60 e 70. A lembrança serviu para introduzir um paralelo: o mundo gira, a política também, e Foz precisa rodar em outra direção — rumo a um modelo de desenvolvimento que não fique preso ao improviso. Assim como a transportadora de imigrantes lusitanos evoluiu das carroças para a frota moderna, a cidade precisa inovação em seu aparato público para enfrentar os desafios do presente.

 

Novos instrumentos

A criação do Observatório Econômico e da Agência Municipal de Desenvolvimento não é burocracia extra, poderá ser um passo para estruturar o futuro – se for acertado. O papel dessas novas instâncias é alinhar demandas, dar método ao debate e tornar as ações mais eficientes — uma tentativa de implantar, finalmente, um planejamento duradouro. Oxalá aconteça.

 

Sementes de reforma

Esse movimento abre espaço até mesmo para um redesenho da estrutura administrativa, abrindo caminho tanto para reformas quanto por uma gestão que garanta execução real das ações. Em outras palavras: trata-se de investir no que historicamente Foz negligenciou — planejamento técnico, de longo prazo, acima das ondas eleitorais. Essa pode ser a semente de uma revitalização consistente.

 

Turismo na linha de frente

O protagonismo do secretário de Turismo, Jim Petrycoski, nessas articulações tem uma razão clara: o turismo é motor transversal, capaz de impulsionar comércio, serviços, indústria e até agricultura. Segundo ele, o setor gera grande retorno econômico, mas sempre recebeu pouco investimento municipal. A ideia é inverter essa lógica, reinvestindo os recursos no próprio desenvolvimento, de forma sustentável e moderna.

 

Fala do secretário Jim Petrycoski:

Se as pessoas se aprofundarem não apenas nas dificuldades enfrentadas pelas secretarias do município, mas também nas formas de planejar o desenvolvimento econômico a longo prazo, verão que ainda falhamos em muitos aspectos. Não estamos inventando a roda, mas é urgente modernizar a máquina pública. Isso passa por reforma administrativa e por garantir que as ações planejadas sejam executadas de maneira eficiente.

O turismo, historicamente, recebeu pouco ou quase nenhum investimento da cidade, embora seja o setor que mais gera retorno em arrecadação. Nosso objetivo é dar uma nova dinâmica, implantar um planejamento de longo prazo e tornar esse ciclo mais eficiente, moderno e sustentável. O orçamento gerado precisa ser reinvestido, para que Foz alcance um desenvolvimento duradouro.

Futuro BBB e 5G

O futuro das cidades não se sustenta mais em velhos modelos de gestão. Foz do Iguaçu, assim como tantas outras, precisa reinventar seus rumos administrativos. A gestão pública de hoje é fiscalizada, exige transparência, responde a legislações cada vez mais rígidas e demanda servidores preparados para lidar com tecnologia, inovação e novos desafios. O 5G, a inteligência artificial e a conectividade já redesenham o dia a dia urbano. Pensar a cidade, portanto, não é luxo: é necessidade para manter Foz competitiva, sustentável e pronta para o “Big Brother” da vida real — a vigilância constante de cidadãos, órgãos de controle e da própria história.