Eu pertenço à geração “Baby Boomers”, e você?

Abrindo o caderninho de artigos em 2025, Rogério Bonato fala da chegada Beta.

A evolução humana pode ser pontuada por fases interessantes. Diga-se, as pessoas falam em “eras”, “signos”, “influências cósmicas”, e dão significado a tudo, porque no “planetinha”, cuja circunferência média é de aproximadamente 40.075 quilômetros, ainda não falamos a mesma língua, comemoramos calendários diferentes e celebramos divindades, muitas das quais já morreram ou foram esquecidas. Mas a ciência olha para isso de uma maneira mais apurada, por meio das “gerações”.

 

Francamente, é um “planetinha” ou não é? Vá até a garagem e confira o hodômetro do seu veículo, certamente ele já tenha dado uma volta ao mundo, sem sair de sua cidade! Mudando de assunto, alguém sabe definir qual é a sua geração? Os sociólogos conceituaram isso: os que nasceram entre 1944 a 1964 são os “Baby Boomers”, geração à qual me enquadro. O nome se dá pelo período “baby boom”, ou seja, quando se registrou um grande aumento da taxa de natalidade após a Segunda Guerra Mundial, uma época de muito otimismo e crescimento econômico. Eu, por exemplo, nasci em 1958 “o ano em que tudo deu certo no Brasil”, dizem. Escreveram até livros sobre isso.

 

A minha geração criou, dentre outras, o Muro de Berlim, o movimento hippie, curtiu a Bossa Nova, os Beatles e os Rolling Stones, em contrapartida explodiu bombas atômicas e precisou lidar com a Guerra do Vietnã. Eclodiu também uma evolução tecnológica nunca imaginada; crescemos vendo a televisão!

 

Consideram a geração “baby boomers” como moralista, que não suporta o autoritarismo ou princípios institucionais sobre moral ou ética; dizem que somos individualistas, não sacrificando os prazeres pessoais em prol do grupo. Discordo um pouco.

 

A geração “X” é a que surgiu depois, entre 1965 a 1983. No período o homem chegou à Lua; no Brasil aconteceu o “milagre econômico” em sua plenitude e, a crise pós-ditadura militar; o fatídico Plano Collor, o seu impeachment e a criação do Plano Real e suas primeiras consequências balançaram o coreto. Muitos se consideram a geração “Hiperinflação”. Já os nascidos no início dos anos 80 a 1996 formam a “Geração Millennial’s”, ou a geração “Y”.

 

Os millennials cresceram com o desenvolvimento da internet, computadores pessoais e os primeiros smartphones. São os nativos digitais; pessoas que entraram no mercado de trabalho após os anos 2000 e por isso, possuem características diferenciadas, com a tecnologia fazendo parte do dia a dia. É uma geração focada no bem-estar, se exercitando, com a alimentação mais correta e bastante pesquisas sobre os benefícios para saúde.

 

A geração Alpha, de 2010 a 2025, dispensa os preceitos históricos, porque tudo se mantém vivo na memória. Mas o fato é que vivemos uma transição e os bebês nascidos neste início de ano, já são rotulados como a “Geração Beta”! Deus os ajude!

 

O que a geração Beta terá pela frente? Os cientistas não preveem conforto, em razão dos impactos climáticos, a erradicação dos recursos naturais e até mesmo a evaporação da água. Pode ser, esta nova geração seja a responsável pela sobrevivência humana, livrando-a da derradeira extinção, um processo que inevitavelmente vivemos e parece incontornável; uma estrada sem curvas e com poucas saídas. Quiçá nossos netos encontrem solução e não sofram.

 

A comparação é bizarra, mas em algum lugar eficiente: vivemos como os peixinhos de um aquário sem cuidados, asfixiados pela falta do ar e água poluída e, sem exatamente saber e como fazer para evitar o pior. Dificilmente alguém surgirá com as providências, tudo, tudo, tudo depende de nós, do nosso bom senso e agora, com a fé depositada nos bebês. Imagina?

 

A raça humana precisa parar com essa crueldade, de espalhar o serviço sujo para quem ainda não veio a este mundo! Que barbaridade! Ou acordamos para a realidade, ou vamos nos afogar nos dejetos que produzimos, empalecidos, mofados, sem poder se banhar de sol, porque será radioativo e mortal. Devemos decidir se daremos cabo da situação, ou se voltaremos a habitar cavernas. São dias bons de pensar nisso!

 

Bom, nessa encruzilhada quase apocalíptica, não deixarei de desejar as boas-vindas à Geração Beta e também ao ano em que caímos com os dois pés! Feliz 2025!