Dilto Vitorassi pergunta como opositor, Nilton Bobato e André Alliana respondem pelo governo
O interessante desse duelo é que opositores e governistas pertencem ao mesmo partido, o PT. Durmam com uma coisa dessas
Rogério Romano Bonato
Vitorassi distribui nova nota
O líder petista iguaçuense distribuiu nota aos “companheiros” explicando um pouco mais a decisão de se opor ao governo. Ele deixa claro, em gravação que não possui problema algum com o prefeito Chico Brasileiro; não é nada pessoal, mas sim “no âmbito de cobrar a administração”. Segundo Vitorassi é hora de fazer uma análise de conjuntura municipal, pois houve certa demora em discutir a cidade por conta de questões internas “num tal de troca coordenador ou não troca”… “isso fez com que alguns assuntos interessantes não fossem pautados”.
Oposição “não sistemática”
O PT decidiu encarar o governo, mas não forneceu a escala, índice, ou o grau de oposição. Em sua manifestação, Dilto Vitorassi disse que ela “não será sistemática, mas existirá”, uma vez que isso foi decidido por um grupo que formou maioria. Para ele as análises serão realizadas, uma vez que se necessita melhorias em vários setores, como é o caso da Saúde. Vamos publicar a opinião de Vitorassi, no mais novo comunicado e ao mesmo tempo, o contraditório.
Utilização da verba
“O setor de Saúde tem que melhorar; não pode o município receber a mesma verba pública como os demais, em todo o país e oferecer um serviço de péssima qualidade, porque isso no fim, depõe hoje contra nosso governo, onde está o presidente Lula”. Disse o Vitorassi, dando a volta nas questões regionais e de fronteira. Grifo do colunista: segundo os entendidos, Foz sofre porque recebe doentes do Paraguai, Argentina, de cidades do Oeste do Paraná e ainda atende aos Turistas. Prova disso é a discussão pela regionalização do Hospital Padre Germano Lauck. “A verba devolvida pelo SUS nunca será suficiente para atender Foz e tampouco com suplementação, porque os números de Foz são bem diferentes se comparados a outros municípios”, revelou um técnico. Se o Vitorassi quer ser prefeito terá que começar a pensar em soluções para utilizar a grana do governo federal, sem reclamar.
O rebate
“A Saúde realmente tem que melhorar sempre, mas não é verdade que Foz recebe o mesmo que outros municípios, se comparado a estrutura que cada município apresenta. Por exemplo, Foz gasta em média 34% da receita corrente líquida em saúde, enquanto os outros municípios gastam a metade disso. E por que? Gastamos R$ 150 milhões por ano com o hospital, enquanto municípios como Cascavel, Maringá, Ponta Grossa, Francisco Beltrão, Londrina, não gastam com hospital (são todos custeados integralmente pelo Governo do Estado). Mesmo assim o Município, na atual gestão aumentou de 34 para 87 equipes de Saúde da Família, concluiu quatro novas unidades de saúde, terminou o CER IV, implantou o Ambulatório de Feridas, construiu dois CAPS, o Ambulatório de Rua e o Melhor em Casa, além do prontuário eletrônico e do novo CEM”, explicou Bobato fazendo a defesa do governo.
O sus segundo o secretário de Governo
“Tem problemas, como todo o SUS, com as cirurgias eletivas. Nenhum município conseguiu ainda resolver o problema gerado pela suspensão destas cirurgias nos dois anos de pandemia da Covid. O governo municipal aumentou 80 leitos no hospital, 10 UTIS, mas logo após a Covid veio a Chikungunha/Dengue. No entanto, com convênios praticamente fechados com o Governo do Estado e com a Itaipu, que tornarão possíveis a realização de 15 mil cirurgias eletivas no próximo ano, zerando as atuais filas. Sem contar que este é o governo que mais investiu em praças esportivas nos bairros (mais de 30) e academias ao ar livre (mais de 100), gerando saúde para a população”, explicou Bobato.
Urbanidade
“O Transporte Coletivo Urbano não pode continuar da maneira que está; tirando os direitos de trabalhadores e dos usuários. Antes tínhamos 158 ônibus e a frota hoje é formada por apenas 91 ônibus”, disse. Outro grifo do colunista: Vitorassi conhece do assunto como poucos, isso todo mundo sabe, o problema de “antes” era orquestrado pelos “barões” e se tudo corresse tão bem, o sindicato que ele dirige não programaria tantas greves e ele não teria se projetado politicamente, ocupando cargos de vereador, vice-prefeito e deputado federal. A prefeitura, ao que se sabe, lançou uma medida temporária, com o objetivo de estudar o setor e hoje promove a gratuidade para quase 50% da população. Antes as roletas só giraram, igual cassino. Os técnicos garantem que a frota reduzida é mais otimizada.
Contratos draconianos
Para o Nilton Bobato o transporte “ainda está longe do ideal, mas o Município está livre de um contrato draconiano e desde abril deste ano, toma conta do serviço, inclusive na questão financeira e gradualmente vai implantando as melhorias, que eram impossíveis de discutir antes, como o Passe Livre para os estudantes. Está avançando em estudos para melhoria das linhas e redução dos atrasos”.
As enchentes
Dilto Vitorassi questiona: “como pode com qualquer chuva inundar a cidade a ponto de as ruas se tornarem intransitáveis e moradores acabarem desalojados; já era tempo de terem resolvido pelo menos “em partes” essa situação”. Sim, Foz possui pontos críticos, mas outras localidades também estão sofrendo com alagamentos e isso tem explicação: o volume de chuva aumentou e muito e isso é um problema em todo o país. Em especial Foz do Iguaçu alaga devido a impermeabilização do solo e o lixo que vai parar nas galerias pluviais. Muitas ruas foram pavimentadas e para evitar o problema, a prefeitura está programando a construção de galerias.
Drenagem e alagamentos
Para o Bobato, o seu colega de partido e crítico do governo, Dilto Vitorassi “só anda e se importa com a JK, onde os alagamentos são históricos e sempre de rápido escoamento, mas a avenida está na primeira leva de grandes obras de 2024, com revitalização completa, incluindo a drenagem”. Bobato pergunta: “qual o governo fez mais drenagens do que o atual? Jardim São Luiz, Evangélico, Ouro Verde, e em todos bairros que alagavam a qualquer chuvinha; ainda faltam os bairros da região do Rio Poty (trecho da Silvio Américo Sasdelli, Vila Braz, Canadá e Parque Presidente II). Isso será concluído com o projeto habitacional financiado pela Itaipu, com 250 casas, para realocar os moradores da margem do Rio e o Bubas, por meio de convênio Sanepar/Prefeitura, previsto para 2024, em obras de esgoto e drenagem”.
A impermeabilização
“Como pode a prefeitura continuar aplicando asfalto frios em ruas onde há vibração causada pelos veículos? No fim, a chuva acaba levando esse material para os mananciais, uma situação que chega a dar dó”. Reclama Vitorassi. Técnicos da prefeitura garantem que isso não ocorre. As ações de pavimentação também sofrem com as mudanças climáticas e a cidade está virada em canteiro de obras, a começar pelo grande número de caminhões realizando as demandas estruturantes.
A pavimentação segundo Bobato
“O atual governo fez a Usina de Asfalto, pavimentou 500 quilômetros de ruas nos bairros de Foz, sem contar o término das avenidas Andradina, Felipe Wandsheer, Sérgio Gasparetto, Pedro Basso, Olímpio Rafagnin, trecho da João Paulo II (Jorge Sanways – República Argentina), Paraná (Ponte Guaraqueçaba – Florianópolis), mais 50 quilômetros de ciclovias. O nosso analista de conjuntura dá vazão somente a alguns metros, que por algum problema técnico, foram danificados pela chuva e consertados em seguida”, rebateu Nilton.
A Previdência
Vitorassi pisa no calcanhar do Chico quando reclama da Reforma Previdenciária, mas neste ponto ele tenta ser algoz de Nilton Bobato, que se tornou seu arquirrival no PT. “Como podem ter feito uma reforma na previdência dos servidores pior que o Temer e Bolsonaro juntos?”, pergunta o Dilto. Segundo os técnicos da prefeitura, não é possível comparar uma coisa com a outra. Os parâmetros são distantes.
Nilton responde…
“A Reforma da Previdência foi dolorida e necessária, mas nenhum governo do país fez o que fizemos em Foz: negociação com os sindicatos da categoria por pelo menos quatro meses; uma negociação, diga-se, que incluiu OAB e Câmara de Vereadores. Todas as reformas feitas no país foram goela abaixo, enquanto aqui, em Foz, houve negociação até o limite para avançar na cobertura de um déficit atuarial que beirava R$ 4 bilhões quando assumimos o governo em 2017”. Explicou o secretário Nilton Bobato.
Os educadores
“Nossos servidores principalmente profissionais da Educação e que atuam nos CMEI’s precisam de melhor tratamento, desprezar uma negociação, em razão da participação de vereadores de oposição é um gesto de gente pequena”, disse Vitorassi. “Nossos camaradas precisam tratar os trabalhadores de uma maneira diferente, não acham?”, completou. A administração municipal entregou vários CMEI’s novos, amplos, arejados, com ótimos ambientes e, segundo explicam, isso respeita os alunos, as famílias e também os servidores. A prefeitura negociou e negocia ainda com os profissionais e espera sanar as diferenças, anteciparam à esta coluna.
Kattamaran e Turismo
O que também não é um segredo é a queda de braço entre Vitorassi e seu correligionário André Alliana, que é o secretário de Turismo de Foz. O Dilto insiste em duas cobranças no setor de Turismo, o cancelamento do passeio realizado pela embarcação Cattamaram, que segundo ele supriria uma demanda turística da cidade e a ausência das autoridades municipais nos eventos comemorativos ao 11/11 o Cataratas Day, quando as Cataratas foram eleitas como uma das sete maravilhas do mundo moderno. A prefeitura, em verdade, quase nada pode fazer no assunto do Kattamaram. Uma que isso depende da Marinha do Brasil e outra, se for o caso de navegar no Lago, é uma prerrogativa também de Itaipu. As medidas estão em curso por meio da empresa que explora a navegação.
O Cataratas Day
Segundo André Alliana, a Secretaria Municipal de Turismo foi quem organizou o evento e foi um sucesso. Ele não compareceu às festividades por que precisava cumprir duas agendas importantes para a cidade, no caso o Festival de Turismo de Gramado e paralelamente a EXPO MOTOHOME, o maior evento de campismo do país e, portanto, há uma estratégia de trazer o evento para a cidade no ano que vem. “Eu tinha outras atribuições, mas em momento algum desviei a atenção do Cataratas Day, pelo contrário. Foi um evento maravilhoso, com total e completa participação do Município, inclusive coordenação da Secretaria de Turismo”, pontuou o secretário.
Turismo Náutico
“Já o assunto que envolve o Kattamaram é algo que estamos trabalhando com Itaipu, e, devemos aguardar o rito das demandas. Estamos diretamente envolvidos juntamente com os outros players, tentando acelerar o processo. O Foz Boat Show, que acontece neste final de semana faz parte dessa iniciativa, não apenas de retomar o Kattamaram, mas de atrair bem mais ações no mesmo segmento que é o Turismo Náutico. Teremos um Congresso do Turismo Náutico, diga-se que é um pensar sobre a navegação na região. É algo até muito além do Kattamaram”, disse André Alliana
Por essas e outras…
Segundo Dilto Vitorassi, “coisas assim precisam ser discutidas, do contrário, o governo amargará cada vez mais a rejeição”. Para ele, o PT tomou uma decisão correta em se manifestar como “oposição ao governo municipal”, mas “tão logo melhorem esses assuntos, haverá o reconhecimento por parte do partido, por outro lado, a ‘rejeição’ não pode ser estendida a quem não possui culpa ao vem acontecendo; a decisão não deveria ser recebida com espanto pelos gestores municipais, pois sabem que isso é verdade. Se arrumarem a casa, as coisas voltarão ao normal. As medidas não foram adotadas por ‘prazer’; há justificativas. Faremos votos para que consigam reverter os problemas, para o bem da população”, acrescentou e finalizou Vitorassi.
Evidências
As pessoas se perguntam, se não houvesse o efeito Bobato no PT, Vitorassi e seus companheiros partiriam para a oposição? Dizem que sim, do mesmo jeito, porque isso faz patê do momento político. Há quem assegure que o problema é outro. Segundo reservaram a este colunista, Nilton Bobato nem queria ser candidato a prefeito pelo PT. Ele estaria disposto a se somar ao partido para fazer frente à direita, como quer o Diretório Nacional. Pode ser, o PT nem lance candidato e apoie um nome viável, como deverá acontecer em outras cidades paranaenses, sobretudo se houver um bem bolado com o PSDB. O problema em Foz surgiu como uma guerrilha pelo protagonismo nesse assunto, de posicionar o PT. É possível que o próprio Vitorassi não queira lançar candidatura para o cargo de prefeito e uma informação dá conta que os planos de Fernando Duso são futuristas.
Nilton desabafa
“Companheiras e companheiros: a minha análise de conjuntura. Vamos lá. É duro debater com quem distorce a verdade sempre, transforma sua visão sem nenhuma fundamentação técnica ou política, como verdade absoluta. No fim tem a opinião avalizada por pessoas sem credibilidade. Ele não ouve, não respeita opinião diversa e move o mundo conforme seu interesse momentâneo. Foi assim criticando os últimos quatro anos da gestão Paulo e atuando como um dos principais porta-vozes do governo Reni na Câmara (que ele não cansava de avaliar como melhor do que o Paulo, fazendo coro a “estudos” que apontavam o período Paulo como desastroso para o crescimento da cidade) e foi com esta verdade até o dia que o Reni caiu…. Vitorassi: sua avaliação do governo não sobrevive a nenhuma análise séria (exceto na visão bolsonarista, onde o Chico e seu governo são demonizados todos os dias).
Ufa…
Vamos pensar? Contemporizamos aqui a opinião de três políticos iguaçuenses, um na oposição e dois defendendo o governo e com uma variante: todos são do mesmo partido, o PT! Eita que isso só acontece em Foz!
Chico, por sua vez…
O prefeito estava em vias de lançar uma contraofensiva de obras e demandas em várias pastas. A decisão do PT foi um atropelo, e, Chico disse que terá “muito trabalho pela frente”. É uma resposta, segundo ele, aos “agourentes do plantão”. O governo está correndo os bairros e as regiões onde acontecerão obras.
Pesquisa
Vitorassi usa e abusa do termo “rejeição” quando fala do governo Chico, mas não possui uma pesquisa isenta e técnica em mãos. Por outro lado, um grupo de empresários partiu para aferir a realidade e o resultado deve sair em breve. Pode ser, adiantou um dos patrocinadores, “essa tal rejeição nem exista como dizem os opositores e gente que tenta a todo o custo descredibilizar o governo, por questões meramente políticas”. Por questão de isenção, o empresário pediu para não ter o nome revelado. “Eu e meus companheiros não somos simpatizantes do governo e nem contra ele; apenas geramos empregos, pagamos impostos e queremos uma cidade boa para investir e, sendo assim, é interessante saber a realidade”, disse.
Divisão do pensamento
Mudando de assunto, o brasileiro virou filósofo de botequim. O povo toma umas e outras e viaja na maionese. Presenciamos discussões acaloradas ultimamente, do tipo “católicos x evangélicos”, “israelenses x palestinos”, “direita x esquerda na Argentina”, pensa? E em tudo, há uma divisão ideológica envolvendo Lula e Bolsonaro, como todos os pecados e virtudes do mundo necessitassem a atribuição sobre eles. Por favor né?
Milei
A direita venceu na Argentina e o comportamento começou a mudar. Será que interessa aos argentinos deixar de vender ao Brasil? O presidente eleito vai aos Estados Unidos e Israel, a ideia é agitar o mercado e encaixar os produtos. O Brasil já mandou o recado que não quer encrenca.
Brasil x Argentina
A balança comercial é interessante para os dois países, por isso, o ideal é não mexerem nisso. O fato é que não faltam oportunidades para os dois países em atenderem outros blocos, mas unidos ganham muito mais. Tudo leva a crer que a disputa acontecerá apenas no campo da ideologia e nos gramados.
Brasil x Argentina hoje
É no Maracanã o confronto, o primeiro depois da virada de poder no país vizinho. Olha só, não há a menor graça no acirramento das relações com os irmãos. O bom mesmo é ouvir um bom tango, samba, tomar a cerveja e o vinho, comer a carne e a feijoada e fim de papo. Que mané acirramento coisa nenhuma.
Para encerrar
O Alexandre Curi publicou a foto em seu “insta” e foi suficiente para causar um rebuliço na cidade, isto porque ao fundo aparece o governador Ratinho Jr, aparentemente mais duro que um poste. Será que se confirmaria o translado de Paulo Mac com o apoio do governo do Paraná? Ai…ai…ai… (Foto de Ari Dias/AEN)