Demissões na Fundação Cultural, trocas dos nomes em UBS’s, e o eco das encrencas na Unimed…
...tudo isso e mais um pouco na coluna de Rogério Bonato! Divirta-se!
O caso Adriano Monank
Foi publicada a exoneração do ocupante do cargo de Diretor de Cultura da Fundação Cultural de Foz, Adriano Neumann, mais conhecido como Monank. A portaria diz que foi a pedido, mas diante do esperneio a conclusão é que não foi. Passaram o facão no Goela. Como o documento circula aos quatro ventos, merece comentários deste humilde escriba, e, amigo de longa data do agora exonerado. Não se trata da “incompatibilidade”, mas de um outro termo, ao se ajustar mais adequadamente ao imbróglio: “intolerabilidade”.
Se aplica aos dois lados
Para o governo, na versão da coisa pública, o comportamento do Monank é decerto intolerável e, por sua vez, o gesso, as regras, ritos, e a organização da administração, são intoleráveis para o Adriano. Outro jamais iria se acertar com um e, sendo assim, deu-se o desfecho em menos de dois meses e meio. Acreditem, isso tem explicação: artistas raramente se dão bem nas repartições, e, há uma porção de precedentes, uns mais conhecidos que outros. Aqui entre nós, isso depende de cada pessoa. Em Foz, o caso do Dudu Constantinópolos ainda é uma lembrança viva: culto, artista, homem da noite, cantor, poeta, cronista, ele encaixava muito bem em qualquer sarau, festa, reuniões de amigos e botecos, mas jamais na função de diretor-presidente de uma fundação. Deu em confusão para o ex-prefeito Dobrandino Gustavo da Silva.
Similitudes
Lá pelo final dos anos 60, precisamente em 1968, um outro caso chamou bastante a atenção do Brasil e é lembrado até hoje. O poeta, escritor, compositor e um dos pais da Bossa Nova, Vinícius de Moraes, era também um diplomata. De manhã ele chegava de óculos escuros em uma repartição do Itamaraty, no Rio de janeiro, deixava o paletó na cadeira e voltava para dormir, Rua das Acácias, no bairro da Gávea. Voltava de tarde com o cabelo lambido, apanhava a vestimenta e ia procurar um bar em Ipanema ou Leblon. Isso começou a incomodar o Chanceler, pois os demais servidores denunciavam o comportamento e a irreverência do colega. Juracy Magalhães chamou o poeta e disse que ele deveria escolher entre o serviço público e a boemia. O funcionário esboçou um sorriso e saiu balançando os ombros, indiferente. Foi exonerado, leia-se “aposentado compulsoriamente”, pelo Ato Inconstitucional Número Cinco.
Vale a pena relembrar
O governo militar justificou que o afastamento se deu “pelo comportamento boêmio” de Vinícius, o que o impedia de cumprir as tarefas. O poeta acabou anistiado (post-mortem) em 1998. Somente em fevereiro de 2010, a Câmara dos Deputados, aprovou uma “promoção póstuma” do poeta, ao cargo de “ministro de primeira classe”, o equivalente a embaixador e a lei foi publicada no Diário Oficial do dia 22 de junho de 2010 e recebeu o número 12 265.
E qual a relação disso com Foz?
Pior que existe: em 2013, ainda sob a presidência deste escriba, a Fundação Cultura de Foz, realizou um belo evento comemorativo aos 100 anos do poeta, com recitais, exibições de cinema, a palestra de Ricardo Cravo Albin e, uma bela exposição de fotos assinadas por Pedro de Moraes, segundo filho de Vinícius e que fez questão de comparecer. Ele doou a exposição para a cidade. Ao que se imagina, ainda está amontoada e roída pelas traças e ratos, juntamente com as tralhas no porão do edifício. Houve uma tentativa de doação para a UNILA, mas sem resposta da Universidade.
Guardadas as proporções…
…Adriano Monank ainda não é famoso como foi o Vinícius de Moraes, e, o seu afastamento também não pode ser considerado lá uma injustiça medonha, mas ele encheu além das contas os picuás das pessoas do governo, por meio de sua inquietude, irreverência de artista, e explosões de criatividade, umas atrás das outras, com a mistureba decorrente do conflito de pensamento, da opinião pessoal à coletiva. É aí que se imagina o conflito e o derradeiro desfecho, aqui entre nós, esperado. Monank ficou indignado com o ocorrido, dizem que levou as chaves da sala que ocupava até o gabinete do prefeito e saiu esperneando, passou o dia maldizendo a situação. Isso vai passar, certamente. Adriano é um artista de muitas qualidades e versatilidade, admirado pela crítica até no exterior. Deve cuidar da carreira e assimilar que a tentativa de causar, por meio da atividade pública, foi breve, mas um precioso ensinamento. O governo, por sua vez, torna a confirmar um resultado físico, químico, biológico e também sociológico, a heterogeneidade. Deve cuidar doravante.
O lado do governo
Este intrépido colunista soube que a demissão do Monank tem fundamentos econômicos também: os diretores da Fundação Cultural, secretários e até o prefeito estariam acumulando prejuízos com consultas médicas e a compra de remédios calmantes, do tipo Lexotan, Rivotril, Maracujina, erva de São João, entre outros, para poder aguentá-lo, tamanho vendaval que fazia em cada assunto. Mesmo assim, por meio de uma nota, os colegas foram cordiais e elegantes e informaram o desligamento agradecendo “de coração todo o empenho e dedicação que ele demonstrou no cargo, além de sua brilhante trajetória como artista plástico iguaçuense”, uma vez que o Adriano possui acervo catalogado na Itália, França e Mônaco. “Sua saída é vista como uma movimentação natural dentro do ambiente governamental, refletindo as rotinas administrativas e as necessidades institucionais. Desejamos a ele muito sucesso nos próximos projetos e agradecemos por todas as contribuições à cultura da nossa cidade”, diz a nota. O piá pançudo que vá procurar o que fazer e que seja feliz.
O caso Ana Rita Dotto
A artista plástica também foi exonerada, mas por motivos distantes do Monank. Uma coisa nada tem com a outra. Independentemente do exercício da função, se eficiente ou não, a dona Ana foi acusada de “nepotismo”. Francamente, pela vivência, conhecimento e muita experiência, ao longo de 50 anos no jornalismo, acompanhando a praga que é o tal nepotismo, dona Ana pode ser acusada de outras coisas, mas nunca de ser empregada por parente, no caso o genro, o vereador Sidnei Prestes. Ela foi conduzida ao cargo de “captadora de recursos”, na Fundação Cultural, graças a amizade de décadas com o diretor-presidente Dalmont Benites, uma vez que atuaram juntos em vários projetos, onde ela demonstrou desempenho da função. Eles não são parentes.
E se fosse?
Ao que se sabe, Sidnei Prestes atua em outro poder e não há um fio de cabelo em seu paletó que possa servir de prova, de que ele tenha ingerido ou pedido a nomeação da sogra. Já, não poderia nomeá-la em seu gabinete, porque isso, no Legislativo Municipal, violaria os Princípios da Moralidade e da Impessoalidade, como está na Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal. Se bem quisesse, Sidney poderia pedir a outro vereador que nomeasse Ana, o que seria em tese possível. No caso em questão, falou mais alto o queixo de vidro do governo, em afastar a nomeada em razão de denúncias que podem ser infundadas.
Alô, alô Generauuuuuuuuuuuu!
Miauuuuuuuu…. eita mania de mudarem o nome das coisas nesta cidade! Para escrever o caso, é necessário fazer uma pequena preleção, como dizia o saudoso Antônio Bordin. Há uns cinco anos, e para ser exato, no dia 13 de março de 2020, a Prefeitura inaugurou a Unidade de Saúde Padre Ítalo Paternoster, que fica no Porto Meira. Veio a pandemia e o UBS tornou-se uma referência no atendimento de milhares de pessoas a começar pelas crianças com sintomas respiratórios. Depois o Chico Brasileiro realocou a unidade para o Poliambulatório Nossa Senhora Aparecida.
Cadê o Padre Ítalo?
O edifício onde funcionava a UBS Padre ítalo passou a chamar-se “Ouro Verde”. Quem vai ao Poliambulatório, por sua vez, pela força do nome e história do local, acaba esquecendo o saudoso padre, coitado. Agora, a dona Prefeitura anuncia uma nova reestruturação, com a transferência do atendimento da UBS Padre Monti para a UBS Ouro Verde e, abre uma votação popular para dar o nome da unidade e se ela pode se chamar “UBS CAIC – Porto Meira”, “UBS CAIC – Ouro Verde” ou “UBS Morenitas”. Que barbaridade? E o Padre Ítalo, pessoa tão querida na região? Não seria mais fácil manter o nome e a homenagem dele, do que criar um novo nome? Essas readequações não deveriam jamais desprezar os que um dia foram lembrados e agora, correm o risco do esquecimento. Se bem que isso dificilmente ocorrerá com o Ítalo. Lembrando, a nomeação do “Padre Ítalo Paternoster” foi aprovada por unanimidade pela Câmara Municipal de Vereadores. Ele faleceu em 2008 aos 77 anos e deixou um importante legado, para a região do Porto Meira. Fundou a Sociedade Civil Nossa Senhora Aparecida, hoje nada menos que a mantenedora do Poliambulatório; participou ativamente da construção da UBS Padre Monti e de várias melhorias para a região, tais como a escola de apoio aos alunos pobres, a pré-escola Mãe Maria e uma escola para enfermeiros. Puxa vida, merece ser lembrado viu Generauuuuuuuuu… segundo mia o gato do Paulo.
Ecos da Unimed
Prezado colunista, preciso fazer uma reparação no seu texto jornalístico de correspondente na guerra da Unimed Foz: o embate não foi assim tão tranquilo como descrevestes, foi sim quase um conflito e não seria de estranhar caso alguém não levasse junto um bisturi. O “quórum” explica-se pelo estado de pé-de-guerra dos cooperados, nervosos no “urtimo” com a situação da cooperativa. Pudera, depois de três décadas colhendo bons frutos chegou, não se sabe imaginar como, às portas da falência e é por isso que houve a intervenção. A tarde/noite da terça-feira, 11 de março, entrará para a história da instituição, porque houve um pouco de tudo, arrepios, sustos com os gastos, e, algumas pessoas se apavoraram tanto, que chegaram a partir para a ignorância, tamanho o descaso com as contas e o bom nome de Unimed. Alguns dados ainda estão na obscuridade, como o número de usuários, por exemplo. Como você diz, isso é uma “barbaridade”. Foi o que escreveu J.C.B.V, médico que por razões obvias, pediu para não ter o nome completo revelado. As iniciais também foram trocadas e fica difícil decifrar, igual placa de automóvel.
Dados assustadores
Este colunista possui muitos correspondentes, para todos os tipos de guerras imagináveis. Para o bem de todos e felicidade geral da entidade, às vezes não vale a pena mencionar como a terra ficou arrasada. Devemos ter em mente que a Unimed possui uma importância institucional muito grande e milhares de usuários estão à espreita dos acontecimentos. Segundo uma fonte, muita gente deixou o plano de saúde e por razões diversas, sendo uma delas a falta de conexão com a cidade, uma vez que houve uma intervenção e as pessoas só conseguem falar com um robô. Este colunista teve acesso aos documentos, porque não faltam fotos da exibição deles no telão. Detalhe, o material foi enviado por diversas pessoas. O prejuízo é cabeludo e como se trata de uma cooperativa, será cotizado pelos cooperados, em suaves prestações até o final deste ano. Considerando que estamos em meados de março, as parcelas não serão assim tão suaves e sim duras para alguns profissionais, porque o valor das consultas despencou um monte. Enfim, seguimos na barca, esperando que tudo se arrume!
Enfim sexta-feira!
Chegamos ao último dia útil da semana, Graças a Deus, mas amanhã tem coluna também, para a leitura. A novidade é que o clima ameaça cair um pouco na temperatura, com as águas de março, anunciando o fim do verão. Vamos dar um relax no cabeção! Até e aquela “sextada” gostosa, com direito ao boteco no cair da tarde!