Decisões poêmicas, as condições dos presídios, o Bolsa Família em Foz, o Mercado Barrageiro…
Estes e outros assuntos são temas da Coluna de Rogério Bonato hoje
Renda do PNI
O assunto da reversão da renda do PNI está gerando bastante polêmica e bem positiva para o pai da ideia, o vereador Bosco, que soube se antecipar. É um assunto importante Foz; não se trata de uma promoção pessoal e menos ainda carona nos recentes fatos. Isso precisa entrar na pegada municipal, para se converter conquista. O caminho nunca é curto; trata-se de mais uma fórmula para emplacar recursos. A arrecadação do parque é bastante expressiva, mas ainda assim, Foz do Iguaçu recebe apenas impostos indiretos, como ISS sobre serviços turísticos e o ICMS Ecológico, que somou R$ 4 milhões em 2022 e tem previsão de crescer para R$ 10 milhões. Mas isso ainda está longe de representar uma redistribuição justa dos recursos que o Parque repassa a União, que precisa devolver um troco mais generoso, sobretudo se espera a parceria da população nos conceitos da sustentabilidade.
Jorge Guaranho
Em momento algum, esta coluna, bem como este colunista criticou a decisão do magistrado que acatou o pedido de prisão domiciliar de Jorge Guaranho, sobretudo depois de ser condenado pala morte de Marcelo Arruda. O desembargador entendeu questões médicas que afetam o réu, agora apenado em 20 anos de reclusão. Bolsonaristas convictos e radicais enviaram nota criticando a coluna, como, a análise do sistema, calçado nos códigos e Constituição, fosse um pecado. Oras, se este colunista se posicionasse pela anistia dos vândalos do 08/01, decerto elogiariam. O jornalismo sério não possui lados, nem veste cores partidárias, apenas analisa, por meio da liberdade de expressão duramente conquistada em plenos períodos autocráticos. Escrevemos para a reflexão, sem interferir na formação da opinião. P.s. aceitamos humildemente as críticas.
Decisão polêmica
Com todo o respeito, o desembargador Gamaliel Scaff não deveria culpar a “esquerda”, ou externar a sua opinião sem antes refletir sua própria decisão. Claro, a esquerda fez um barulho e é perfeitamente normal isso ocorrer em sistema polemizado, dividido, se preparando para outra empreitada de encrencas, porque infelizmente é o que acontecerá, se olharmos o andar da carruagem. A decisão somente causou mais faíscas, mas, o magistrado explica que entendeu a preocupação da defesa. Toda a sociedade sentiu desconforto com a decisão, não foi apenas a “esquerda”. Aumentou-se foi, a sensação de impunidade e é a leitura do grosso da população independentemente as condições psicológicas do réu e o senso de humanidade que sempre deve prevalecer.
MP reage
O Ministério Público, por sua vez, pede que Guaranho volte para a cadeia, e, cumpra a pena ou aguarde o processo em detenção. Veremos com o Tribunal reagirá ao pedido, mas há informações dando conta que a prisão domiciliar será mantida. Todavia não vamos aqui jogar água fria e sim, aguardar os fatos, no caso, as decisões.
Cadeia no geral
A verdade é que o xilindró assusta, é o mais próximo do inferno em vida, independentemente das inovações, auras de conforto prisional, educação carcerária, limpeza, dentre outras. Privar o humano da liberdade ainda é um conceito em desenvolvimento e creiam, dá na mesma se isso acontecer na Suíça ou no Brasil. Francamente, até a prisão domiciliar, caneleira, e outras formas de controle mexem com o cidadão, o problema é isso entrar na cabeça de quem observa o transcorrer das decisões judiciais. Dizem que se dependesse de plebiscito, até a pena de morte emplacaria. O povo não tolera bandidos, assassinos, homicidas, baderneiros, destruidores do patrimônio público, estupradores e gente que pratica crimes por motivação política, isso não pode ser fantasiado como “terrorismo”, simplesmente ou “causa”. É por essas e outras que a Lei existe.
Cadeia paraguaia
Quem recebeu a atenção das “hospedarias criminais” no país vizinho diz que se trata do mapa do inferno, até porque os “bam-bam-bans” do crime são brasileiros e controlam os “estabelecimentos”, que barbaridade. E pensar que o nosso país exporta até isso? A bandidagem? E, tem sido uma dor de cabeça das grandes abrigar os “anjinhos” por lá; isso se reflete nas deportações e transferências de presos.
Paraguai evoluindo
O país vizinho anda rápido em tudo e, segundo consta, isso não é diferente no tema prisional. O assunto está sendo todo revisto, com projetos de construção de mega penitenciárias, com a capacidade de abrigar detentos por convênio e pagamento, “hóspedes” de outros países. Segundo uma informação há um projeto para abrigar um complexo assim na região do Chaco, em área inexpugnável, sem chances de alguém escapar sem ser engolido por uma anaconda. Essas coisas demoram, muitas não saem do sonha e entram no papel, mas uma coisa é certa: paraguaios pensam mais rápido e são bem mais espertos na coisa pública. Corre o risco do país se modernizar e assumir uma liderança continental, muito antes que o Brasil, Argentina e outros. Não duvidem disso.
Bolsa Família
Qual será a razão do número de beneficiários da Bolsa Família diminuir em Foz? Será mesmo a elevação da qualidade de vida? Dizem que isso é um fator que deva ser levado à sério, mas é inegável que Foz ainda é uma terra de oportunidades e isso mantém a migração. O caso é saber o número que é maior: se, o de pessoas que chegam em busca de uma vida melhor, ou o das faixas que deixam a linha da vulnerabilidade, abaixo da linha da pobreza. Todavia é uma ótima notícia saber que o número diminui na concessão de Bolsa Família. Queiram ou não é um indicador.
Vamos olhar Foz assim
Deixando de lado o “nariz de cera” ou os devaneios, como sempre alerta a Thays Petters, amiga e jornalista, qualquer cidadão comum entende que oportunidades de trabalho, uma qualidade de vida melhor, escola, educação e segurança é o que ajuda muito as pessoas prosperarem. Foz abre as asas para o mundo todo. Este colunista é um observador atento: o bairro onde vivo ganhou dois moradores novos, um sírio e um paulista. Os dois e suas famílias, fugiram da guerra, violência, fome, privações; um habitava escombros e o outro, em baixo do viaduto. Um alugou uma edícula nos fundos e um cortiço e o outro, um quartinho de frente para a rua.
Mãos à obra
O paulista foi arranjar emprego nas construções, a esposa começou a fazer panos de prato. O sírio passou a atender a área de TI, consertando computadores e a esposa a fazer artesanato. Os filhos dos dois casais, um total de cinco crianças, passaram a frequentar a mesma creche, no bairro. No espaço de um ano, cada família mudou-se para uma casinha independente e logo, conseguiram a casa própria, onde vivem felizes e perfeitamente integrados com a vizinhança. São convidados para as festinhas, os churrascos, frequentam o supermercado local e pagam as contas em dia. Detalhe: nunca esqueceram o início e, tentam ajudar os que iniciam. Se alguém não acredita que isso é possível, deverá urgentemente reavaliar os conceitos.
Mercado Barrageiro
Quando abriram as portas do que seria o “mercado municipal”, depois convertido em Mercado Barrageiro, confesso que fiquei preocupado, embora sempre despejando os fluídos positivos por todos os lados, crendo na iniciativa. A preocupação veio do formato de empreendimento, um pouco modernizado, dissonante dos espaços que conhecemos, onde tropeçamos em saco de feijão, sentimos cheiro de bacalhau e, lambuzamos a cabeça com o óleo de salame. A proposta, enfim, era diferente. Nos primeiros meses não havia nem problemas com estacionamento e isso era um sintoma desconfortável.
As críticas
Foz padece desse tipo de problema, de gente que não vai conferir e fica pregando a língua, depreciando as coisas. Há quem ande de um lado ao outro acompanhado pela nuvenzinha negra sobre a cabeça, soltando raios! Certa ocasião alguém disse: “nunca que nós, iguaçuenses, vamos até a Vila A prestar um mercado deles”. Pessoalmente, esse comentário me tirou do sério. O que separa a cidade não é a BR 277, ou o acesso do Charrua e sim a ignorância e soberba. Eita gente que pensa errado! O povo das Vilas A, B, C, AKLP, e outras localidades ao norte, vive mesma cidade!
Moderção de língua
Pois de uns tempos para cá, os organizadores do Mercado do Barragiero ganharam uma dor de cabeça: como arranjar estacionamento para organizar o trânsito e, receber o mundo de gente que passou a frequentar o local. Um motorista de aplicativo disse que faz cerca de quatro viagens na mesma noite até o Mercado, sempre levando gente do centro, Vila Yolanda, Jardim São Paulo e outras localidades. O mercado sempre foi um sucesso, na cabeça deste colunista, mas está superando todas as expectativas. Parabéns aos organizadores Parquetec, Itaipu Turismo, água mole em pedra dura tanto bate até que fura!