Candidato à presidência do Equador foi assassinado pelo crime organizado.
- Por Mohamed Ortiz –
A verdade é que a América Latina vive um caos político, e a trágica morte de Fernando Villavicencio é apenas um dos sintomas. Não é – ou, não deveria ser – normal vivermos em NARCO ESTADOS, dominados pelo crime organizado, narcotráfico e facções. Tendo grande parcela da economia, sendo controlada por facções criminosas e pela venda e exportação de drogas.
Como se isso já não fosse o bastante, há tempos escalonamos para novos e mais avançados níveis de ingerência e interferência destes grupos criminosos, dentro dos Estados Latino-americanos. Ninguém mais tem dúvida de que permeiam a política; antes com poucos e pequenos representantes, hoje se especula que a intromissão seja muito maior, sendo que alguns países latino-americanos são completamente controlados por facções
Quem não se lembra, muitas décadas atrás, quando o próprio e icônico Pablo Escobar, buscou carreira política? Desde então, não apenas mandatos isolados, curtos, caricaturescos e jocosos, vieram a prosperar, mas criou-se uma rede de interação “narcopolítica” muito mais abrangente. Atualmente, notícias dão conta de que o crime organizado já patrocina indivíduos promissores para concursos da magistratura e do Ministério Público.
A questão é, até onde nós vamos permitir? Até onde nós, enquanto sociedade, vamos continuar vivendo como se nada disso estivesse acontecendo? Até quando vamos viver pensando que “isso não é comigo, não me diz respeito”?
O assassinato do candidato à presidência do Equador, Fernando Villavicencio, é apenas um sintoma de uma doença que fingimos não ver, ou não queremos tratar.
Mohamed Ortiz é analista político