2º Turno – Entre o pânico e o destemor

Por Adilson Pasini –

As perguntas que mais vamos ouvir neste mês de outubro: Como fica se a turma da canhota ganhar? Como fica se a turma destra ganhar?

A angústia dominante que vai acompanhar os eleitores neste segundo turno das eleições é sinal de que existe alguma coisa assustando, isso porque somos levados a acreditar que os milhões de brasileiros que votaram no último dia 2, estão agora diante de um novo abalo.

O voto é um gesto de consequências, de alívio ou de pesadelo.

Nos ombros das pessoas recaem um peso que não é fácil suportar, e, é triste pensar que uma parte que digita os números nas urnas eletrônicas pode empurrar o país a um abismo.

Sem muitas frescuras, vamos ao ponto, caso a direita ou a esquerda ganhe:

Caso a esquerda ganhe, os valores rejeitados serão impostos, as dificuldades para obter o pão e de se expressar serão mais difíceis, resumindo, o peso da cruz será sentido.

De hoje até 30 de outubro, a oscilação entre o pânico e o destemor é imaginar que numa vitória da esquerda, cada um com seus meios deve se preparar para se defender com base em seus princípios, e vai ser preciso reconstruir sua vida em lugar comum, na esperança de um dia sair de lá fortalecido, não enquanto povo, mas como indivíduo.

Caso a direita ganhe, na verdade poucos pararam para pensar o que pode acontecer, mesmo porque ninguém tem receio de continuar mais quatro anos em paz e com expectativas.

Muitas pessoas da ala canhota são quase unânimes em afirmar que nem eles próprios sabem porque possuem esse imaginário deslocado do mundo real, possivelmente, reflexo de não ter frequentado às aulas de conteúdo evolutivo.

Como não é nenhum esforço recomendar, sugiro preparar-se para um segundo mandato presidencial, mesmo sabendo que vamos continuar assistindo a repetida choradeira das viúvas do mundo teatral; presenciar a histeria da patota de aluguel com suas narrativas descartáveis e observar a ira dos visionários comentando a decolagem segura do Brasil em todas as direções.

E mais, a pedra do cotidiano será menos pesada, a fé crescerá e muitos voltam a ler.

Sobreviveremos, sem deixar de continuar reclamando por falta disso ou daquilo, isso porque o ser humano nunca se conforma na sua plenitude.

Marcharemos, felizes e sem medo dos cascateiros que outrora deixaram o país um bagaço.

 

Adilson Pasini

Professor universitário, auditor e escritor.