Vermelho entra com os dois pés no PP e inicia nova fase na carreira
Ele se despede com carta bem redigida e marcando a posição. Leis este e outros assuntos na coluna de Rogério Bonato.
Vermelho no PP
Alguém possui dúvida, que o fato do deputado federal Vermelho sair do PL e entrar no PP não é de extrema relevância no ambiente político iguaçuense? É. O que parece uma simples mudança pode pavimentar o futuro político da cidade, porque alteram-se as configurações de relacionamento. E no mais, a habilidade de Vermelho é inquestionável.
Fora do bloco
O PL nacional engessou os filiados, os parlamentares e muitos ficaram na saia justa ao defenderem Bolsonaro e ao atacarem o governo Lula. Tem muita gente sentindo as dores de algumas decisões. Uma coisa é a convicção individual, outra é a turba, o bloco, o grupo, que de um jeito ou de outro, condenará quem sentiu desconforto em algumas empreitadas. Há muita gente pensando em deixar o PL.
Não foi isso
O deputado federal Vermelho não pensa apenas com essa cabeça, a do bloco, é dono de convicções próprias e conhece bem o terreno por onde pisa. Apenas analisou o horizonte e entendeu que o terreno no PP é mais firme ao que virá e, por isso, é apoiado por uma massa significativa; os seus eleitores em Foz.
Como é isso?
Os Vermelhos pai e filho, possuem uma estrada muito mais larga no PP, com um trânsito bem mais avantajado, é assim que a maioria dos políticos brasileiros analisam o potencial de centro-direita. A cabeça pode pensar de um jeito, mas o corpo se moverá de outro. Político esperto é igual minhoca, não atravessa o galinheiro. Vermelho acertou em cheio. Deveria ter se mudado para o PP faz é bastante tempo.
O mundo e as fissuras
No PP, o Vermelho pai poderá por exemplo, conversar mais com o governo municipal de Foz e até mesmo com Itaipu, porque o partido possui essa envergadura interessante para todos. No PL isso se tornou algo limitado, sobretudo depois das eleições municipais, com a queda de braço com o confrade Fernando Giacobo e o apoio ao Paulo Mac Donald Ghisi. Isso faz parte do passado? Não faz não. Está mais para “parte do futuro”. Embora agradeça o PL, no fundo ele deve se sentir igual pato na lagoa, livre, leve e solto, espalhando água para todos os lados.
Despedida
As notas acima refletem a “carta despedida” que o deputado postou nas redes e enviou para os veículos de comunicação. Aos amigos do Partido Liberal ele disse: “dirijo-me a vocês com o respeito e a consideração que sempre pautaram minha atuação dentro do Partido Liberal, legenda à qual me filiei com entusiasmo e onde, ao lado de tantos valorosos colegas, participei de importantes conquistas em defesa dos ideais que compartilhamos”.
O prumo da decisão
“Essa decisão não decorre de qualquer divergência ideológica. Ao contrário, sigo firme nos mesmos princípios que sempre defendi com convicção: a liberdade individual, a responsabilidade fiscal, os valores cristãos, o respeito às instituições e a defesa intransigente do Brasil”, escreveu ao justificar que a mudança se deu após a carta de anuência da direção nacional do partido, um documento que garante a legalidade da desfiliação sem risco de perda do mandato parlamentar. Conseguiu uma “alforria! Graças a habilidade. E promete atuar no Congresso Nacional “no campo da centro-direita, com firmeza, coerência e dedicação ao povo paranaense”. A carta toda está disponível ao final da coluna.
Longa lista
Analisando o desempenho do deputado desde a posse no primeiro mandato, é mais do que certo escrever que a sua lista de ações em prol de Foz não pode e nem deve ser comparada com a atividade parlamentar dos colegas. É disparado muito maior, em quantidade e peso; isso se justifica nos votos das duas eleições. Deputados federais precisam atender várias cidades e até outras regiões para se sustentarem nos mandatos; o Vermelho tem feito a lição de casa como nunca antes outro representante atuou. Em casa nova, ele deverá trabalhar até mais.
Quem quer ser Papa?
Muidando de assunto, e, pensando bem, ser um papa é sonho “doirado” de muitos políticos, porque assim permanecerá no cargo até morrer. Per,manecerá “eternamente”. Isso já não será possível para a maioria dos humanos, mesmo conservando o espírito democrático. Nem reis, imperadores, muito menos os ditadores possuirão essa estabilidade, muito menos quem precisa encarar eleições a cada quatro anos.
Ai que dó
Testemunhei o desapego de vários amigos ao deixarem os “tronos” sabendo que amanheceriam no 1º de janeiro tentando encontrar um novo rumo. Dizem que o Paulo Mac se esqueceu e ligou para o motorista ir buscá-lo. Esqueceu que o Reni Pereira havia ocupado o Gabinete. Não deve ter sido diferente para o Chico Brasileiro, nem para o Rafael Greca em Curitiba. Se o papado fosse uma eleição, certamente o Mac e o Greca estariam dispostos a encarar a empreitada!

Que sufoco hein?
Pensa, um desses caras assumirem o Vaticano sem um centímetro quadrado de pavimentação para realizar? Sem espaço para creches, novas escolas; impossível de instalar lombadas, licitar serviços de transporte, merenda escolar, aprovar loteamentos… que barbaridade!
Revitalização
Segundo este colunista pesquisou, a maior atividade no Vaticano, além de rezar e contar dinheiro, é restaurar edifícios, móveis antigos e obras de arte. O resto é Turismo religioso e afins. Que beleza! Uma boa quinta-feira a todos!
A Carta
Aos amigos do Partido Liberal
Estimados,
Dirijo-me a vocês com o respeito e a consideração que sempre pautaram minha atuação dentro do Partido Liberal, legenda à qual me filiei com entusiasmo e onde, ao lado de tantos valorosos colegas, participei de importantes conquistas em defesa dos ideais que compartilhamos.
Essa decisão não decorre de qualquer divergência ideológica. Ao contrário, sigo firme nos mesmos princípios que sempre defendi com convicção: a liberdade individual, a responsabilidade fiscal, os valores cristãos, o respeito às instituições e a defesa intransigente do Brasil.
Essa mudança só se tornou possível após obter a carta de anuência da direção nacional do partido, documento que me garante a legalidade da desfiliação sem risco de perda do mandato parlamentar. Permaneço com a mesma postura política. Continuo atuando no Congresso Nacional no campo da centro-direita, com firmeza, coerência e dedicação ao povo paranaense.
Sempre fui um aliado leal ao ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem compartilho ideais e bandeiras. Fiz campanha de sol a sol, com coragem e determinação, levantando as causas do conservadorismo, da liberdade econômica e da ordem. Jamais mudei meu posicionamento e continuo acreditando que o Brasil precisa de uma política pautada pela ética, pela eficiência na gestão pública e pelo compromisso com os valores da maioria da população.
Contudo, divergências internas e decisões arbitrárias da direção estadual do PL tornaram inviável a minha permanência no partido. Durante as eleições municipais de 2024, trabalhei arduamente para construir uma aliança forte do PL na minha maior base eleitoral com o ex-prefeito Paulo Mac Donald, por entender que ele era o nome mais preparado para recuperar Foz do Iguaçu após anos de gestões que comprometeram o desenvolvimento da cidade.
Infelizmente, a direção estadual decidiu caminhar em outra direção, promovendo a minha destituição da presidência municipal do partido e entregando a estrutura local a outro grupo político, com o objetivo claro de apoiar a eleição do atual prefeito. Foi uma traição. Uma verdadeira punhalada nas costas. Mas essa não foi a única ação do diretório estadual, em diversos outros municípios onde tenho base, também sofri com intervenções que me prejudicaram com as minhas bases locais.
Mantive minha palavra dos compromissos firmados em todos os municípios, em respeito à minha honra, recusei-me a trair um compromisso firmado com a população. Diante da postura da direção estadual, tornou-se impossível continuar. O ambiente ficou insustentável. Por isso, tomei a difícil, porém necessária, decisão de me desligar do partido.
A todos os amigos liberais que estiveram ao meu lado nesta trajetória, deixo meu profundo agradecimento. Levo comigo os aprendizados, o respeito e a certeza de que a batalha continua — com a mesma força, o mesmo propósito e os mesmos valores que sempre nortearam minha atuação.
Forte abraço,
Nelsi Coguetto Maria – Vermelho
Deputado Federal
Rogério Romano Bonato escreve correntemente para o Almanaque Futuro