A campanha Março Azul-Marinho vem alertar a população sobre o câncer colorretal, o segundo tipo mais incidente entre os brasileiros. De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer) surgem, em média, 40 mil novos casos por ano no país.
Segundo o cirurgião oncológico, doutor Bruno Kunz Bereza, do CEONC Hospital do Câncer, os principais sintomas iniciais são leves, como alternância do hábito intestinal, entre constipação e intestino solto; e alteração no formato das fezes. “Com o agravamento da doença podem ocorrer sangramentos na evacuação, dores e até obstrução intestinal, esse último sinaliza um quadro já bem avançado e que pode ter um tumor ocupando toda a parte interna do intestino”, indica.
Os fatores de risco são os mesmos para a maioria dos casos de câncer: sedentarismo, obesidade, má alimentação, consumo de álcool, tabagismo e predisposição genética. “Pessoas com histórico familiar de câncer de cólon, útero, ovário e mama devem estar em alerta e realizar exames preventivos. Outro fator de risco são as doenças inflamatórias intestinais, como a retocolite ulcerativa”, ressalta o médico.
Por se tratar de uma doença recorrente, a Medicina evolui muito rapidamente nesta área, desde o diagnóstico até o tratamento para casos com metástases. “Isso faz com que o tratamento seja muito evoluído. Temos cirurgias de todas as modalidades – abertas, videolaparoscópicas, robóticas, tratamentos percutâneos, enfim, uma gama de possibilidades à disposição de médicos e pacientes”, complementa.
O oncologista alerta que o principal inimigo é o medo, que leva ao diagnóstico já em estágio com linfonodos e metástases, e nesta fase as chances de cura caem drasticamente.
“Quando descoberto no início, o índice de cura pode chegar a 100% (em média 97%), além do tratamento ser menos agressivo, diminuindo o risco de sequelas e o uso da bolsa de ostomia. Não é raro tratarmos um câncer em estágio muito precoce com o próprio exame de colonoscopia, sem necessitar de cirurgia”, finaliza.
Exames preventivos
A partir dos 50 anos, todos devem priorizar a realização de uma colonoscopia anualmente. No exame, os médicos conseguem analisar com mais precisão o interior do intestino, com foco no revestimento interno no cólon, podendo identificar possíveis pólipos ou tumores.
Outro exame que também pode ser realizado é o de pesquisa de sangue oculto nas fezes. Menos invasivo e mais prático, ele pode dar indicativos que vão sinalizar a necessidade, ou não, de partir para a colonoscopia.
“O mais importante é que as pessoas se mantenham vigilantes em relação aos sinais que o corpo dá. Se as fezes estão vindo acompanhadas de sangue, se dói para defecar ou mesmo se há emagrecimento repentino, é preciso buscar um médico. A certeza é sempre melhor que a dúvida”, finaliza o médico.
Assessoria