Mudanças no Turismo, uma das principais economias da cidade e em recuperação

Secretário Paulo Angeli pediu exoneração e a notícia sacudiu os bastidores em Foz do Iguaçu

“Comunico hoje que deixo o cargo de Secretário de Turismo e Projetos Estratégicos. Agradeço ao prefeito Chico Brasileiro por ter me confiado este desafio que me trouxe enorme satisfação pessoal. Conheci dentro da Secretaria, um time de excelência, uma equipe muito competente e comprometida com resultados. A ponto de quase atingir os números pré-pandemia, ganhando prêmios por reconhecimento de ser uma cidade inteligente. Saio muito feliz, e certamente honrado por ter cumprido meu papel com ética e transparência. Agradeço também a todos que contribuíram direta ou indiretamente com a minha gestão”. Foi a nora assinada pelo empresário Paulo Angeli nesta quinta-feira, 13/10.

Independentemente as razões da decisão do agora ex-secretário, o fato é que o prefeito Chico Brasileiro tem pela frente um desafio: conversar com o setor que congraça o maior número de entidades de classe, compostas por associações de hoteleiros e prestadores de serviços, transportadores, guias, atrativos, parques temáticos, além de inúmeras empresas geradoras de riquezas, postos de trabalho e que formam um dos maiores endereços de visitação, bem como de potencial de negócios abaixo da Linha do Equador. Talvez fosse mesmo a hora de algo mudar. Paulo cumpriu o seu papel.

Não de hoje, a Secretaria Municipal de Turismo agrega ou pelo menos mantém em seu rótulo, atividades como “Projetos Estratégicos”, “Inovação” e “Captação de Investimentos”, operações que já são realizadas por muitas das entidades que compõem o segmento, um motivo para a prefeitura aproveitar a ocasião e redimensionar a pasta, reforçando o relacionamento com o que insistem em convencionar de “Trade”, onde o diálogo está aquém dos tempos que antecederam a Pandemia. Os tempos mudam. O que a maioria espera é apenas uma Secretaria de “Turismo” atuando aos moldes de outras cidades, sem muitas novidades ou atribuições que compliquem o foco principal.

Não se sabe explicar a razão, a convergência não é a mesma e precisa ser reconquistada se a meta é reaver os números e a escalada que Foz mantinha nas últimas duas décadas, superando os recordes de visitação, se firmando como um dos principais “destinos do mundo”. O momento requer isso.

O governo do Município precisa repensar a sua participação, se quer o setor engrenado com o desenvolvimento, a começar pelo “orçamento”, muito longe dos investimentos e esforços da iniciativa privada. Com dotações maiores o governo pode fazer a diferença, como é o caso de capitanear ações de divulgação, onde se necessita aportes consideráveis.

Em uma cidade onde há pujança privada, não se precisa de muito para o município ser aceito como parceiro; basta boa vontade e a demonstração de crédito nas ações coletivas. Trabalhar em grupo e fazer a sua parte é o principal desafio do setor público em uma atividade de proporções mundiais.