O Corredor da Biodiversidade e a inovação verde: onde a energia encontra a vida
No entorno da usina, Itaipu construiu um dos maiores mosaicos de conservação da Mata Atlântica e hoje avança sobre novas fronteiras da energia limpa, transformando preservação e inovação em pilares complementares de um mesmo propósito.
Redação Almanaque Futuro
A história ambiental de Itaipu é tão monumental quanto sua engenharia. O reservatório, formado em 1982, não inaugurou apenas uma hidrelétrica — inaugurou um novo modo de pensar território, floresta e água como partes integradas de um sistema único. Foi assim que nasceu a Faixa de Proteção Ambiental: um cinturão ecológico de mais de 34 mil hectares que abraça o lago e cria uma das maiores áreas contínuas de Mata Atlântica restaurada no Brasil e no Paraguai.
Esse corredor verde não é paisagem: é infraestrutura ambiental essencial. Ele estabiliza margens, reduz erosão, filtra sedimentos, protege nascentes e abriga corredores faunísticos que permitem o deslocamento de espécies ameaçadas, como a onça-pintada, o gato-do-mato e o tamanduá-bandeira. A conectividade ecológica mantém a vitalidade da floresta, assegurando renovação natural e equilíbrio dos fluxos ambientais.
Grande parte dessa vegetação foi plantada. Desde a década de 1980, Itaipu executa um dos mais robustos programas de reflorestamento do planeta, com milhões de mudas produzidas em viveiros próprios e implantadas em encostas, margens, propriedades rurais e áreas degradadas. Esse trabalho deu origem a um mosaico de unidades de conservação, como o Refúgio Biológico Bela Vista e o Refúgio Biológico Mbaracayú, centros de reprodução, pesquisa e educação ambiental de reconhecimento internacional.
Se a floresta garante resiliência, a inovação prepara a nova era energética. Itaipu assumiu que sua liderança não poderia se limitar ao passado hidroelétrico e avançou para uma agenda de energias limpas e tecnologias emergentes.
O primeiro vetor é o Hidrogênio Verde, combustível estratégico para a descarbonização global. Desde 2021, a usina opera no Itaipu Parquetec uma planta de eletrólise abastecida por energia renovável, estudando aplicações em mobilidade, armazenamento e processos industriais. O objetivo é transformar o potencial hídrico da fronteira em indústria limpa e competitiva.
Outro avanço é a energia solar flutuante, instalada diretamente sobre o reservatório. A primeira fase, com 1 MWp, analisa ganhos de eficiência pelo resfriamento natural da água e seu potencial de reduzir evaporação. Trata-se de um laboratório a céu aberto, onde ciência, ambiente e engenharia dialogam.
Ao unir conservação em larga escala com inovação energética, Itaipu consolida um modelo único no mundo: uma hidrelétrica que não apenas gera megawatts, mas restaura ecossistemas, desenvolve tecnologia e forma a base de uma nova economia verde.
A próxima página mostrará como essa visão transbordou das matas e dos laboratórios para dentro das comunidades — transformando vidas e ampliando o alcance social da usina.
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