Hospital Itamed reforça ações de conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos

Atualmente, mais de 4800 pacientes aguardam por um transplante no Paraná, enquanto a fila nacional passa de 67 mil pessoas. Apenas para córneas, a Central de Transplantes do Paraná registra cerca de 2185 pessoas à espera.

O Hospital Itamed, por meio da sua Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), tem intensificado as ações de sensibilização, treinamentos e palestras internas e externas, com o objetivo de ampliar o conhecimento e a conscientização sobre a importância da doação de órgãos.

De acordo com o coordenador da CIHDOTT, enfermeiro Valter da Silva, a iniciativa busca envolver colaboradores e comunidade na causa. “O passo principal para a pessoa se tornar doadora é conversar com a família e deixar bem claro o seu desejo. Não é necessário registrar por escrito, mas os familiares devem estar preparados para autorizar a doação no momento adequado”, reforçou.

Desde a implantação do serviço em 2016, o Hospital Itamed já efetivou 181 captações de globos oculares. Durante a pandemia (2020 a 2023), as atividades ficaram suspensas, mas, desde o ano passado, o hospital intensificou novamente as ações e já contabiliza 55 captações de córneas neste período.

Em 2025 os protocolos registrados foram:
– 25 protocolos de doação de globo ocular;
– 03 protocolos de morte encefálica com doação efetivada;
– 03 protocolos de morte encefálica com recusa familiar;
– 02 protocolos de morte encefálica não validados por critérios clínicos.

Apesar dos avanços, a recusa familiar ainda é um dos grandes desafios. Segundo a Associação Brasileira de Doação de Órgãos, 47% das famílias se recusam a doar órgãos de um parente com morte encefálica, principalmente por falta de conhecimento sobre a irreversibilidade desse diagnóstico.

Ações de Conscientização
Para ampliar o diálogo e a informação, o Itamed programou uma série de atividades:

– 25 de setembro – palestra de conscientização para colaboradores, às 10h30, na Sala de Estudos; A palestrante irá compartilhar a angústia vivida durante a perda da visão e destacar a importância social do trabalho realizado pelo Hospital Itamed. Além disso, reforçará o incentivo aos grupos de doação de córneas, que podem transformar vidas e levar esperança a muitas pessoas.

Valter ressalta que qualquer pessoa entre 4 e 70 anos, que venha a óbito e não possua contraindicações clínicas, pode ser doadora de córneas. Além disso, explica que a retirada do globo ocular não altera a aparência do doador e pode devolver a visão a quem aguarda na fila.

O cenário no Paraná e no Brasil


Atualmente, mais de 4800 pacientes aguardam por um transplante no Paraná, enquanto a fila nacional passa de 67 mil pessoas. Apenas para córneas, a Central de Transplantes do Paraná registra cerca de 2185 pessoas à espera.

As córneas captadas no Hospital Itamed são encaminhadas ao Banco de Olhos de Cascavel. O processo deve ser ágil: entre o óbito, a abordagem familiar, a retirada do órgão e o envio, o tempo máximo permitido é de seis horas. “Nosso compromisso é não apenas salvar vidas, mas também devolver qualidade de vida a muitas pessoas que aguardam por uma oportunidade. A doação é um ato de amor e solidariedade que atravessa gerações”, acrescentou Valter.

Para o diretor técnico do Hospital, Dr. José Mário Camelo, cada vida importa. “E é por meio da doação de órgãos que muitas vezes conseguimos transformar dor em esperança. Quero agradecer a todos os profissionais envolvidos nesse trabalho, que não medem esforços para que o processo aconteça com ética, respeito e humanidade”, finalizou.

Assessoria de Imprensa Hospital Itamed