UNILA: a universidade que faz a integração latino-americana acontecer
A UNILA é bem mais que intercâmbio cultural, científico e educacional. É uma usina idiossincrática fabulosa.
O Projeto de Lei de criação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA) foi encaminhado à Presidência da República em dezembro de 2007, pelo Ministério da Educação do Brasil (MEC). No mês de abril de 2008, o Congresso Nacional passou a discutir o assunto, mais tarde aprovado por unanimidade.
Em 12 de janeiro de 2010, a Lei nº 12.189, criando a UNILA, foi sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em cerimônia realizada em Brasília. Como relata o primeiro reitor, Hélgio Trindade, em seu livro “UNILA em construção”, o apoio de Itaipu e também do PTI (hoje Itaipu Parquetec) foram e são essenciais para o desenvolvimento da Universidade.
“A relação de cooperação entre a UNILA e a Itaipu Binacional remonta às origens da Universidade. Esta parceria estratégica é favorecida tanto pela proximidade física – uma vez que a UNILA será instalada dentro da área de segurança da usina hidrelétrica – quanto pelo decidido compromisso assumido pelos dirigentes da entidade de apoiar a iniciativa e não medir esforços para torná-la realidade. Não foi por acaso, portanto, que as principais etapas da constituição atual da UNILA se realizaram no espaço de Itaipu: desde o primeiro projeto da Universidade do Mercosul, proposta pelo Ministério de Educação do Brasil e não aprovada pelos parceiros sob o argumento de que seria muito precoce a criação de uma universidade transnacional na região, passando pela proposta do Instituto Mercosul de Estudos Avançados (IMEA), que foi aprovado em reunião no PTI, com a presença de representantes dos governos federal (MEC, Capes e CNPq) e estadual (SETI), até a conformação atual do projeto da UNILA. Nesta perspectiva, Itaipu e o Itaipu Parquetec têm sido parceiros permanentes e fundamentais ao longo desse processo”.
Ainda, segundo Trindade, o apoio inicial da Itaipu ao impulsionar a UNILA veio de duas formas: aporte de recursos para apoiar a Comissão de Implantação e a disponibilização de capital social; quadro de funcionários altamente qualificado para colaborar diretamente no desenvolvimento do projeto, tanto técnica, como financeira, administrativa, jurídica e ambiental.
A UNILA, hoje, com mais de 5 mil alunos, de mais de 30 países em cursos de graduação e pós-graduação, utiliza instalações do Itaipu Parquetec desde 2007, com a instalação do Instituto Mercosul de Estudos Avançados (IMEA), embrião da Universidade, e, em 2010, como sede para a administração e para as primeiras aulas, em agosto daquele ano.
Hoje, estão no Parquetec a Reitoria e salas de aula utilizadas por vários cursos, em especial, os das áreas das Ciências Exatas. Os alunos também estão distribuídos no edifício do Jardim Universitário, no Campus Integração, onde há os alojamentos, e no Edifício Almada, onde funciona o curso de Música.
A sede própria da UNILA, no terreno de 38 hectares, situado no acesso à Usina, foi doado pela Itaipu em 2008 e a transferência da escritura concluída em março de 2009. Os custos do projeto arquitetônico do campus, desenvolvido pelo escritório de Oscar Niemeyer, e o acompanhamento técnico também foram assumidos por Itaipu.
Em relação ao campus, o mais recente episódio é a retomada das obras, paralisadas em 2014. O protocolo de intenções entre Itaipu Binacional, UNILA e Ministério da Educação foi assinado em julho de 2023 e, em fevereiro deste ano, foi celebrada a parceria entre o Ministério da Educação, a UNILA, o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e a Itaipu Binacional, para a conclusão de três edificações do campus: o Refeitório, o Edifício Central e o Bloco de Salas de Aula.
A retomada das obras, com custo de cerca de R$ 752 milhões, está sendo viabilizada por meio de recursos da Itaipu Binacional. O UNOPS, organismo da ONU especializado em infraestrutura, é responsável pela gestão da obra. Além das obras e instalações físicas, a UNILA também desenvolve projetos de pesquisas, por meio de seus docentes, em parcerias com o Itaipu e o Parquetec. A universidade possui atualmente 421 docentes e 548 servidores técnico-administrativos, 29 cursos de graduação, 12 de mestrado e 9 especializações e residência.