Barrageiros: heróis que marcaram a história de Foz do Iguaçu

Como na construção das Pirâmides, das Muralhas da China, do Canal do Panamá e em outras obras de grande magnitude, trabalhadores se movem como formigas em meio à imensidão de atividades. Paraguaios e brasileiros de todos os rincões se orgulham de um dia terem sido “barrageiros”.

Milhares de trabalhadores se alternaram na construção de uma das maiores obras já realizadas pelo homem. É importante ressaltar, que em uma busca comum nos meios eletrônicos, Itaipu aparece em quase todas as listas de dimensões, história, tecnologia, capacidade de operação e, no emprego da mão de obra. Assim, imaginamos que as pessoas que se deslocaram de todas as partes do país para trabalhar na construção da usina, em algum momento, pensaram como a gente que fez as Pirâmides do Egito, a Grande Muralha da China, o Canal do Panamá e obras como o Eurotúnel, pontes e arranha-céus.

O “barrageiro” e, a sua função laboral, se estabelece com mais destaque no ciclo das grandes barragens, iniciado em 1944, abrindo caminho para o desenvolvimento da eletrificação nacional, na construção de usinas. A iniciativa ampliou elevadas vezes a potência hidroelétrica do país; causando impacto e desenvolvimento em muitas regiões do interior, por meio de acessibilidade e infraestrutura.

O “barrageiro” é uma figura que pode simbolizar o deslocamento de comunidades humanas no Brasil, igualmente aos outros grupos, ao longo das grandes obras humanas e que marcaram a história, em condições diferenciadas.

Para muitos foi um desafio precisar deixar a família em locais distantes, e, trabalhar na fronteira, na gigante Itaipu. Essas pessoas, em realidade, mudariam a vida e o destino da região, ajudando a moldá-la por meio de um impressionante processo de miscigenação. Hoje, esse esforço é reconhecido e homenageado dando nome à importantes espaços e monumentos.

Os visitantes de Itaipu Binacional, e mesmo os trabalhadores, se deparam na área do Mirante Central, com dois exemplos do carinho com o qual os trabalhadores são lembrados. Um é a figura em aço, pesando cerca de duas toneladas, construída com a sucata de maquinários. Os próprios operários realizaram o trabalho.

Ao lado do “homem de ferro”, conhecido como “Nicão”, há outro monumento impressionante, uma das últimas obras assinadas pelo artista paranaense Poty Lazzarotto, um painel de 25 metros, inaugurado em 1998, ano de seu falecimento.

Os trabalhadores marcaram uma era de crescimento e por isso deram nome ao Teatro dos Barrageiros e ao novíssimo e recém-inaugurado Mercado, um novo ponto de atividades culturais e de lazer para a população local e turistas.