Foz do Iguaçu, literal berço de povos originários

  • Prof. José Afonso de Oliveira –

Os povos originários, equivocadamente denominados de indígenas, constituem um grande acervo cultural, histórico e social de importância sem par para todo o desenvolvimento científico/tecnológico atual da humanidade.

A visita da ministra Sonia Guajajara à Foz do Iguaçu para tratar de temas ligados aos povos originários de toda nossa região é algo, inédito e, mais interessante ainda em se tratando de uma pessoa, oriunda desse grupo, ocupando um cargo de ministro de Estado.
Muitas pessoas, Brasil afora, mas também em nossa região consideram que os povos originários, além de não terem nada para oferecer, são indolentes, não trabalham e, por aí vai.

Eles têm outras concepções de sociedade que não são as nossas e, por isso mesmo, vivem de forma diferenciadas, mas, reafirmo são extremamente importantes para a nossa sociedade de agora e do futuro. Temos, por exemplo uma grande diversidade linguística que é ainda muito pouco conhecida em nossas universidades e centros de estudos linguísticos, mas que constitui importante acervo para melhor entendermos todas as suas construções metais que baseia as suas sociedades.

No passado recente um grupo de pesquisadores da USP queria saber se o câncer é uma doença atual ou já anteriormente existente. Para pesquisar eles foram ao norte do Brasil e em contato com os índios yanomamis se certificaram que nenhum deles, mesmo em cadáveres estudos, havia qualquer traço de câncer, confirmando assim que essa doença é relativamente recente, tendo surgido com todo o nosso processo industrial.

 

José Afonso de Oliveira é sociólogo, professor universitário e escreve para o Almanaque Futuro