Prédios de Toledo, Cascavel e Foz do Iguaçu recebem projeção de dança em agosto
Uma apresentação de dança exibida na fachada de grandes prédios: essa é a proposta do “F60.3”, projeto artístico de vídeo que une dança, audiovisual e artes visuais em diálogo sobre transtorno mentais. O projeto tem incentivo do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice).
Depois de passar por Londrina e Maringá, a projeção chega a três cidades da região Oeste: Cascavel, onde será exibida na fachada do Teatro Municipal Sefrin Filho, na Rua Rio de Janeiro, 905, nos dias 01 e 02 de agosto; Toledo, onde a exibição acontece na fachada do Museu Willy Barth, nos dias 03 e 04 de agosto; e Foz do Iguaçu, nos dias 07 e 08 de agosto, no Shopping JL Cataratas (Av. Paraná s/n). As sessões são sempre às 18h e às 19h.
O título da obra se refere ao código de Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID) do transtorno de personalidade borderline (TPB). Trata-se de um transtorno de saúde mental que costuma causar um padrão de instabilidade comportamental nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos. A pessoa com síndrome de borderline apresenta sintomas como impulsividade, visão distorcida de si e dos outros, medo de abandono ou de ficar sozinho e reações agressivas e intensas.
“O transtorno de personalidade borderline é um tema de saúde mental muito delicado, muito sensível. E nada mais sensível do que a dança para contar essa história”, diz a realizadora do projeto, Kathyn Carvalho. “Eu queria trazer algo poético, que mostrasse um pouco do que é ser borde. Essa forma de passar o assunto deixa o público mais interessado, chama a atenção e o olhar para esse tema. É sempre muito bom quando podemos juntar as manifestações artísticas com discussão de temas que são relevantes para a sociedade”.
O projeto surgiu com a bailarina Kathyn, que durante a pandemia foi acometida pelo transtorno, e desenvolveu a obra para transpor para o seu corpo sua história nesse longo tratamento. De acordo com a bailarina, o próprio transtorno e o tratamento influenciaram o seu dançar, potencializaram ou paralisaram o corpo em algum momento, com o surgimento de tremores e até a perda do equilíbrio.
“Logo no começo do meu tratamento, bem no meio da pandemia, quando eu estava passando por crises muito fortes e estava tentando me adaptar aos remédios, veio a ideia de registrar alguns momentos. Comecei então fazendo algumas anotações das minhas sensações, dos meus pensamentos, do meu dia a dia. Nesse momento o que me mantinha era a dança, e aí veio o start de juntar o que eu mais gosto de fazer com um tema pouco falado”, diz Kathyn.
A obra tem duração de 20 minutos e será exibida de uma forma inovadora, gratuita e democrática, através da Lumibike, uma bicicleta que projeta e funciona com energia solar. Durante o dia ela capta a luz solar e armazena energia em suas baterias e à noite “devolve” a luz, projetando as imagens através da técnica de projeção mapeada.
“Essas manifestações artísticas utilizando o espaço público da cidade unem o público com o tema”, diz a bailarina.
O projeto de “F60.3” conta com o apoio cultural do Campo das Artes, Back Bros, Ave Lola e Copel.
AEN