Bairros que compõem área Sul se mobilizam por novos acessos
A região é a que mais recebe obras de infraestrutura e populações estão interessadas em saber como será a mobilidade
- Da Redação/Fotos Marcus Vinícus Bonato e Eliane Schaefer –
A “Zona Sul” de Foz do Iguaçu passa por severas transformações e os moradores estão tentando entender como será a vida depois das demandas concluídas. Embora o progresso, há quem se incomode muito com os preparativos, cujo resultado, pelo momento, gera algumas inconveniências, como é o caso da frequente falta de água. As obras da BR-469 interferem no fornecimento, pois ocorrem sobre as redes adutoras da Sanepar.
A área atende muito o setor de Turismo, uma vez que abriga os atrativos mais visitados, o complexo de hospedagem e transporte, a começar pela movimentação gerada no Aeroporto Internacional das Cataratas.
Em breve, atrações como o Parque Nacional e Cataratas do Iguaçu, Parque das Aves, Movie Cars, Dreams Park, dentre outros investimentos, como é o caso de um grande aquário já em construção, contarão com a BR-469 duplicada, equipada com marginais, viadutos e locais para caminhadas e ciclismo. A estrada, com cara de avenida, é o primeiro contato dos visitantes coma cidade e após as obras, o visual será completamente diferente.
No sentido sudoeste, mais próximo ao encontro dos rios Iguaçu e Paraná, há o complexo do Marco das Fronteiras, onde foi construída a Ponte da Integração e com ela, toda uma nova estratégia de transporte pesado oriundo do Paraguai, aliviando o centro de Ciudad del Este e também de Foz do Iguaçu. O acesso é interligado aos veículos que chegam da Argentina e para escoar o fluxo, está em construção a Perimetral Leste, uma via reforçada e que garantirá acesso da modalidade de cargas à BR 277, nas proximidades do bairro Três Lagoas.
Somadas as obras da BR-469 e Perimetral, bem como a duplicação que já foi realizada na saída do aeroporto, evidencia-se uma quantidade de viadutos, alças de acessos e inovações que darão outra cara não só ao setor Sul, mas para toda a cidade. Mas o futuro auspicioso, ao mesmo tempo em que oferecerá conforto aos visitantes e turistas, preocupa um pouco os moradores, perplexos diante das possíveis alterações em suas zonas de conforto.
Essa preocupação é mais latente em quatro localidades, possivelmente as mais impactadas pelas obras: os bairros Carimã, Novo Horizonte, o recém-criado Buenos Aires e o Residencial Cataratas. Todos estão localizados às margens do Rio Iguaçu e os moradores necessitarão “aprender” a conviver e a utilizar os futuros acessos. Para seguir às Cataratas e aeroporto não haverá mistérios, basta ingressar diretamente na pista, mas se o caso for ir até o centro da cidade, será necessário usar os viadutos, trincheiras e o conjunto de alças de retorno. Esse isolamento, apesar de propor mais segurança, gera dúvidas aos que habitam e também nos comerciantes.
Os moradores do Residencial Cataratas, por exemplo, não acessarão o Porto Meira ou outros locais como atualmente, pois não existirá mais a rotatória na Avenida Morenitas; será preciso se deslocar até o viaduto no início da BR-469 e fazer o contorno, o mesmo trajeto deverá ser utilizado para o centro de Foz. O percurso de volta é um pouco mais dificultoso, com o retorno será cerca de 2 km adiante, nas proximidades da Ponte Tancredo Neves. Dentre os benefícios, haverá o acesso direto até a BR-277.
Segundo as pessoas que habitam as localidades, uma das providencias que muito ajudaria, seria a construção de uma ponte ao final da Rua Tigre, no Jardim Buenos Aires, estabelecendo assim uma ligação com o Residencial Cataratas. Hoje os bairros são separados pelo arroio Carimã. A providência encurtaria caminhos e além do mais, seria uma solução eficiente para evitar a utilização dos viadutos. Os acessos estão praticamente concluídos e segundo informações, a prefeitura aguardaria um projeto de licença ambiental para concluir a ligação. A aspiração é tão grande por parte dos moradores, que se tornou objeto de discussão na disputa pela presidência do Jardim Buenos Aires, que deverá ocorrer em 09 de julho.
Na última quinta-feira, pela manhã, o vereador Ney Patrício foi conferir de perto a situação. Ele visitou as quatro localidades, conversou com moradores e entendeu as providências que precisam ser adotadas. “Realmente as populações podem ter dificuldades de locomoção, embora todos os investimentos de vulto que estão sendo realizados. As obras gigantescas farão a diferença no transporte e mesmo aos visitantes, mas é necessário contemplar os cidadãos, gente que mora na cidade, trabalha e precisa levar os filhos às escolas e creches. A ponte no final da Rua Tigre, além de criar facilidades no deslocamento dos moradores, aproximaria as comunidades”, disse. Ney, deve pedir explicações e as providências, há muito esperadas pela população.
Outro aspecto importante, é a existência de vários condomínios residenciais na Zona Sul, e outros vários projetos em vias de concretização. Muitos moradores precisarão ir ao trabalho e retornar com conforto aos seus lares. Atualmente, os horários de “rush” causam congestionamentos, sobretudo em razão das várias obras, logo, há de se imaginar que a população utilizará até mais os acessos que os visitantes e turistas.
Apesar das boas expectativas com o conjunto de obras, os moradores das áreas afetadas convivem com uma série de adversidades, com o barro, explosões de rocha e interdições em vários locais. Isso tem sido motivo de queixas, e, a maior preocupação não é o presente e sim, como o local será bom de viver no futuro.