Recursos de Itaipu contribuíram para novo Complexo Terapêutico Infantojuvenil Padre Arturo Paoli, da AFA
A inauguração da fase final da obra ocorreu nesta terça-feira (26), pela manhã, com a presença de várias autoridades e pessoas ligadas à instituição
A Associação Fraternidade Aliança (AFA), apoiada pela Itaipu Binacional, inaugurou nesta terça-feira (26) o Bloco Esportivo e a Estação de Trabalho do Programa de Ocupação e Renda do Complexo Terapêutico Infantojuvenil Padre Arturo Paoli, localizado no Conjunto Habitacional Bubas, em Foz do Iguaçu. O espaço, com mais de 7 mil metros quadrados, tem atividades voltadas para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social que estão passando por tratamentos de dependência química e de saúde mental.
Na mesma cerimônia, foi lançado o Programa Turismo Criativo, uma iniciativa inédita de visitas guiadas à AFA por adolescentes da entidade, após o período de acolhimento e recuperação. O programa acaba de entrar no pacote de experiências do Estado do Paraná. Para a presidente do Complexo, Idalina Barbosa, “essa fase consolida um futuro de mais oportunidades para muitas pessoas que são consideradas invisíveis pela sociedade”. Todas as iniciativas da AFA contaram com recursos da Itaipu, que mantém convênio na ordem de mais de R$ 4 milhões com a entidade. Na solenidade, houve descerramento de fitas de cada obra e bênção do bispo Dom Sergio de Deus.
Antes mesmo da última etapa de obras do Complexo, a área já era considerada referência no Brasil por oferecer, além do tratamento tradicional, terapias como acupuntura, yoga e constelação familiar. Por mês, são atendidos cerca de 150 crianças e adolescentes no local, mas esse número deve dobrar para 300, acredita a gestora de projetos da AFA, Suzane Amorim. Todo atendimento é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O gerente de Gestão de Responsabilidade Social da Itaipu, Bernardo Vaz de Oliveira Soares, que representou no evento o diretor-geral brasileiro, Enio Verri, conta que a Binacional já tem um histórico de apoiar a AFA, por se tratar de uma instituição preocupada com as pessoas que mais precisam com entregas de resultados práticos. “O que vemos aqui é esperança. É um projeto que cuida das pessoas, se preocupa em cuidar dessa parte da sociedade que é a mais fragilizada”, enfatizou.
O prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro, enalteceu o protagonismo da AFA em promover programas e projetos que resgatam a autoestima de pessoas necessitadas e aproveitou a ocasião para agradecer o apoio de Itaipu neste tipo de parceria, que permitiu a conclusão da última etapa do complexo. “Itaipu voltou a investir no que é mais essencial, em ações sociais para melhorar o bem-estar da população. E isso se deve à sensibilidade do diretor-geral brasileiro, Enio Verri”, disse. Além de Itaipu, a infraestrutura do complexo contou com investimentos da Prefeitura e de outros parceiros.
Obras e programas
O complexo esportivo conta com uma quadra coberta e uma academia com acessibilidade que atende todas as exigências legais de funcionamento. Só nessa construção, incluindo os equipamentos, a Binacional investiu R$ 1,9 milhão.
O espaço recebeu o nome de Júlio Jhonatan de Amorin, um educador social que atuou na unidade de acolhimento sempre com muita devoção. Ele faleceu no ano passado, mas sua memória permanece entre os voluntários(as) e empregados(as) da instituição. O local é considerado muito importante para a promoção de saúde dos participantes dos projetos e programas da AFA.
Já o Programa Ocupação e Renda tem como proposta possibilitar que os jovens atendidos ali desenvolvam atividades de cultivo de hortaliças por meio da técnica de hidroponia. Os produtos cultivados no local são vendidos para restaurantes e hotéis, entre outros. Outras ações que já estão em funcionamento na AFA neste mês são a oficina de arteterapia, a dinâmica de grupo chamada “Sente com a gente” e a experiência “Somos fraternidade, vem sentir”, na qual os jovens atuam como guias de turismo. Entre eles, está o adolescente K.S, que adora levar os turistas para conhecer os programas da AFA. “É uma terapia para mim. Depois que eu comecei a atuar como guia, minha ansiedade diminuiu bastante. Estou muito feliz”, ressaltou.
Além do complexo esportivo, academia, horta e estufa, a infraestrutura do Complexo também conta com área administrativa, auditório, salas de atendimento, espaço para oficinas de arte e artesanato, cozinha industrial e uma ala onde funciona uma casa para os acolhidos morarem por até seis meses. A Unidade de Acolhimento Infantojuvenil Anna Lapini (UAI), com capacidade para 10 vagas, conta com quartos, banheiros, cozinha, espaço de estudos, sala para atividades lúdicas, pedagógicas e recreativas, sala de estar com TV e videogame, lavanderia e jardim. A residência é toda adaptada para pessoas com deficiência.
Desde o início da implantação da Unidade de Acolhimento, em 2019, 85 crianças e adolescentes já foram acolhidos. Só no Programa de Ocupação e Renda, iniciado em 2024, foram atendidos 22 adolescentes e 213 participaram de atividades terapêuticas. No local, jovens têm uma vivência com atividades diversas, recebem comida, aprendem novas ocupações e têm uma rotina bem estabelecida, exatamente da forma como funciona o cotidiano habitual das pessoas.
Propósito
O Complexo Terapêutico Infantojuvenil foi construído num terreno que pertencia ao padre italiano Arturo Paoli, imóvel adquirido com doações de amigos que partilhavam do propósito de vida dele. Padre Arturo foi um missionário que viveu em vários países da América Latina e morou no Brasil por 25 anos. Ele era um intelectual renomado, escreveu vários livros, mas seu maior legado foi o exemplo de luta pela inclusão das pessoas marginalizadas e injustiçadas: os “invisíveis sociais”.
Ele veio a convite do então bispo Dom Olívio Aurélio Fazza. Sensibilizado com a condição de extrema pobreza das pessoas da região do Porto Meira, o padre fundou a Associação Fraternidade e Aliança (AFA), organização que busca dar dignidade à população excluída. A casa onde ele viveu por muitos anos fica ao lado do Complexo Terapêutico Infantojuvenil Padre Arturo Paoli e é preservada como espaço de memória. Padre Arturo faleceu em 2015, na cidade natal de Lucca, na Itália, aos 102 anos.
Mais informações de atendimento pelos telefones (45) 3521-9561 / (45) 98424-5877 (WhatsApp). Já as pessoas que estejam passando por problemas ligados à saúde mental e têm interesse em buscar atendimento no Complexo, podem dirigir-se diretamente à Rua Malva Rosa, 145, Conjunto Habitacional Bubas ou pelo telefone (45) 99935-0325.
Fonte: Imprensa de Itaipu