O clima anda pesado nos céus e se anuviando também na política

Em sua coluna, Rogério Bonato abre a semana abordando as chuvas no Espírito Santo, o caso Marielle e o tempo fechando na política local, levando em conta o encerramento da janela eleitoral e a semana mais curta, devido ao feriado da Páscoa. Na foto principal o colunista aborda o show dos idosos em busca da imunização contra a gripe.

  • Rogério Romano Bonato –

Reviravolta esperada

O que se poderia esperar da Natureza? Embora a ciência lance os alertas, para muita gente a condição climática passou a ser uma “caixinha de surpresas”. Surpresas em nada agradáveis. As chuvas que em geral afetam a faixa litorânea e regiões serranas em dezembro e janeiro, estão desabando no final de março e devem se intensificar em abril. Por enquanto a pressão é pelas bandas do Sudeste, mas isso está colocando cidades do Sul em alerta. Em Santa Catarina muitos já perderam o sono, pois as características se assemelham a períodos anteriores.

 

Devastação

Cidade de Minas Gerais e ao Sul do Espírito Santo foram devastadas pelas águas nos últimos dias, a exemplo de Mimoso do Sul, onde edificações com dois andares foram submersas. As populações, independentemente da classe social foram gravemente afetadas e necessitam urgentemente de ajuda. Quando situações assim ocorrem não existe riqueza, classe média e nem pobreza, todos são vítimas. As enchentes causaram cerca de 20 mortes e perto de 6 mil famílias precisaram sair de suas casas. As cenas são impressionantes.

 

Ajuda emergencial

Não interessa se os locais afetados são distantes de Foz, nossos irmãos precisam da solidariedade, e, em face dessa necessidade publicamos aqui um pedido de socorro. Quem puder colaborar, com um pouco que seja, ajudará a fazer a diferença.

 

 

Caso Marielle

Quem diria, o delegado que jurava de pés juntos ajudar a resolver o assassinato da vereadora e motorista, era um dos envolvidos? Aí é muita cara de pau em se reunir com a família por diversas vezes, com ares de solidariedade. Se confirmado o envolvimento, vai arder no mármore quente do capeta. E pior ainda é o envolvimento de um deputado, Chiquinho Brasão, o que demonstra mais uma vez a força das milícias em manter seus representantes parlamentares. Por favor? Tirem essa gente de suas cadeiras, urgentemente.

 

Ai que medão

Quais as razões de Jair Bolsonaro buscar refúgio na embaixada húngara, diante de uma operação da Polícia Federal? Será que atiraram em pardal e acertaram uma pomba? De qualquer maneira o esconderijo se converteu em mais um mico histórico. E a pegada continua dura, a homenagem à dona Michelle continua cercada de entraves e até ameaças de prisão.

 

Muito tempo

Também é necessário expor as correntes que fizeram força para adiar o trabalho da polícia, embaralhando o caso desde 2018, lá se vão quase seis anos de informações nebulosas aumentando a sensação de impunidade. É quando o Estado falha pela ação de seus agentes, gente que foi escolhida e eleita para desanuviar os dramas da sociedade. Não há pecado maior além de se travestir de autoridade e jogar do outro lado.

 

O medo da gripe

Segundo uma informação oficial, “os idosos dão exemplo no primeiro dia de campanha para garantir a proteção contra a Influenza. Nesta segunda-feira (25), as Unidade de Saúde da Família estavam concorridas, com fila andando e rápido desde as primeiras horas. A aplicação da vacina acontece sem agendamento, em todas as salas de vacinação das 29 UBSs.

 

Trivalente

A vacinação disponível é “trivalente”, ou seja, protege contra três tipos de Influenza: A (H1N1), A (H3N2) e B. É preciso reforçar que a vacina é segura, reduz muito as complicações que podem levar aos casos graves da doença, internações ou até mesmo óbitos principalmente nos grupos de alto risco. Além dos idosos, podem receber a vacina: crianças de seis meses a menores de seis anos; gestantes e puérperas (mulheres em período pós parto de até 45 dias); pessoas com deficiência (PCD); pessoas com comorbidades; trabalhadores da saúde, professores, funcionários do sistema prisional, profissionais das forças de segurança e de salvamento; forças armadas; trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso); pessoas em situação de rua; pessoas privadas de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos). O público alvo estimado em Foz do Iguaçu é de 101.996 pessoas.

 

“Sem medo da Dengue”

É o que dá para concluir, quando no meio de uma epidemia, a adesão da vacina contra a dengue não superou a casa dos 21%? É uma barbaridade? O que será o povo pensa, em não proteger as crianças? E é aí que surge a pergunta: que raios de política nacional é essa, que deixa os idosos vulneráveis, quando são muito mais afetadas pelo mosquito?

 

E a política em Foz hein?

O final de semana foi um tanto “apreensivo” nas conversas de formação das chapas. “O que está esculhambando a vida da gente é esse tal de ‘compasso de espera’ de uns e outros, desabafou um organizador partidário, que pediu discrição na publicação do nome. A coisa anda tão esquisita que os políticos, ineditamente, não querem nem aparecer. Dá para imaginar até onde isso foi beirar? A melancia caiu do pescoço.

 

Não “vai prestar”

Tá na moda copiar os jargões e trejeitos das novelas. Antecipar os movimentos pode acabar em desastre pois não se sabe o que o futuro reserva. Todos aguardam vossa altíssima e serena alteza Paulo Mac Donald decidir o que vai querer da vida. Ele garante que está fechado com o PP, com risco “zero” de mudar de ideia, mas o tempo passa e a tribo fica insegura. Os tacapes já saíram do armário.

 

Embrulho

Paulo pode estar ganhando tempo para fazer um “embrulho de três cocos”, como já fizeram no passado. Eita que é uma coisa complicada, porque um coco sempre escorrega. Fora da metáfora isso quer dizer que o ex-prefeito está matutando um jeito de realizar o sonho dourado de todos os políticos contemporâneos, em ter o Lula e o Bolsonaro apoiando a campanha. Em Foz isso parece uma tarefa complicada.

Paulo quer encontrar o caminho. Segue pensando. Foto de Roger Meireles

 

Em outros lugares até dá…

Foz do Iguaçu é uma cidade com as fraturas ideológicas expostas, pois se de um lado existe Itaipu, o braço direito e esquerdo do governo federal, há também um número muito grande de bolsonaristas convictos e que segundo se imagina, ainda formam a maioria. Escolher entre um lado e outro, deve ser o maior dilema da carreira política do Paulo Mac Donald. Não dá para jogar no palitinho. Quanto mais tempo demorar, mais os ânimos se exaltam rumo à novas candidaturas. Paulo sabe que isso ocasiona um desgaste.

 

No limite

Conhecendo a tática do ex-prefeito, é possível concluir que ele jogará com a elasticidade, até perto do rompimento. Precisa saber se os parceiros estão dispostos a isso. Ao que parece a impaciência é grande. Francamente, o que deve interessar ao Paulo e as pessoas que o cercam é ganhar a eleição. Ele bem poderia deixar para depois a negociação com esquerda e direita, isso não faria muita diferença. Os próximos dias serão decisivos.

 

Análise

Isso não é fruto de pesquisa, até porque é proibido publicar qualquer levantamento sem registro, mas alguém confidenciou que a impaciência é grande no terreiro político iguaçuense, e, isso, se misturado à boataria contra o Paulo, em dizerem que ele pode ou não sair candidato, faz com que muitos se antecipem nos movimentos. Alguns acabam induzidos ao erro e depois ficará difícil retroceder. Em outras palavras, Paulo tinha a mão cheia de grãos e eles podem estar escorregando pelos dedos. Bom, todo mundo sabe que a pressa é a inimiga da perfeição, mas o prazo é veloz.

 

Desistências?

Com essas e outras, a política fica parecida com calça de veludo ou a bunda de fora. Com Paulo, dependendo a amarração, é possível vislumbrar um cenário com no máximo três candidaturas. Quanto mais tempo demorar para decidir o rumo, os partidos vão se reagrupando, desenhando um mapa diferente, com até seis candidatos. Em tempos de segundo turno isso é um labirinto, sem chances de se saber o resultado. Tudo pode acontecer.

 

Semana Santa

Não vamos esquecer que a semana é mais curta. Muita gente deixará de trabalhar na quinta-feira! Que sortudos hein? Segundo uma informação, pode ser que a cidade tenha um “Judas” para chamar de seu, malhando-o no Sábado de Aleluia. Quem será o infeliz? Bom, tudo depende de onde vier os 30 dinheiros. Dá para se ter uma ideia, mas ainda é cedo para arriscar.

 

Enquanto isso…

A cidade se prepara para o seu feriado prolongado mais famoso. Houve uma época que a hotelaria trabalhava o ano todo esperando a Semana Santa. Isso mudou, todo final de semana é tempo de visitar Foz e seus magníficos atrativos, sejam os naturais, compras, cassinos (do outro lado da fronteira) e passeios pelos parques temáticos. “Falar nisso”, teremos novidades em breve. Parece que está para sair uma boa notícia sobre a legalização dos jogos em cassinos. Taí outro sonho antigo e que custa a ser realizado.

 

Trabalhando

O final de semana foi de atividades nas obras da Perimetral Leste e BR 469. As máquinas levantaram poeira até no domingo, com bloqueios para o tráfico de caminhões de terra de um lado ao outro. Os “buracões” que haviam no trevo para a aduana da Argentina estão quase todos tapados e compactados. As empreiteiras estão ganhando o tempo perdido em decorrência das chuvas. Uma boa Semana Santa a todos!

 

*Rogério Bonato escreve regularmente para o Almanaque Futuro