BR 469, a “Estrada das Cataratas” como sempre foi sonhada será enfim, revitalizada e duplicada
É o acesso que integra Foz do Iguaçu ao mundo, uma vez que atende ao aeroporto, parques temáticos e importantes atrativos
Não está errado concluir que o Município de Foz do Iguaçu é limitado territorialmente por áreas de domínio federal. Ao Sul, há a divisa com o Parque Nacional do Iguaçu, ao Norte, a hidrelétrica de Itaipu; na faixa Oeste e Sudoeste, estão as fronteiras com o Paraguai e Argentina. O Aeroporto Internacional e o principal acesso rodoviário, a BR-277, são controlados por órgãos federais; esta estrada, inclusive, separa Foz ao meio e há ainda outra particularidade: mais duas BRs, que iniciam e terminam no perímetro urbano da cidade, a BR- 600, ou Avenida Tancredo Neves, entre a zona de influência da Ponte Internacional da Amizade, no entroncamento com a BR-277 e vai até a Itaipu Binacional e no sentido oposto, a BR-469, também conhecida como “Estrada ou Rodovia das Cataratas”.
O acesso foi criado, segundo evidências, no início do século XX como única forma de chegar até as Cataratas, que pertenciam a um particular. Eram tantos os obstáculos pela picada, troncos de árvores caídas, e, dificuldades ao longo do terreno, que para cumprir toda a sua extensão, era necessário organizar uma expedição, como o fez Alberto Santos Dumont, no anseio de se deparar com as quedas. Ainda há vários resquícios da pavimentação antiga, de pedras assentadas. Trechos da “Estrada Velha” ainda se interpõem paralelamente ao caminho atual.
O traçado da BR-469 recebeu pavimentação entre os anos 60 e 70, para atender o movimento no novo aeroporto e mantém praticamente o mesmo desenho até a atualidade. O trecho de 19 km de responsabilidade federal, começa no trevo de acesso à Argentina e atravessa o Parque Nacional, até as cataratas.
A BR-469 é o portão de entrada para os que se utilizam do transporte aéreo e é onde estão parte dos atrativos, vários parques temáticos e grandes hotéis, assim, foi convencionado batizar este acesso como “Eixo Turístico Sul”. A BR-469 tem um prolongamento urbano de 4,13 km de administração municipal, trecho que recebe o nome de Avenida das Cataratas, já duplicado e já programado para ser revitalizado.
O que a estrada oferece, é muito pouco se comparado à responsabilidade que ela enverga, em deslocar milhões de visitantes e turistas, ajudando a cidade a manter a imagem de destino turístico internacional e eficiente. Lugarejos desconhecidos na faixa litorânea, bem como outros destinos menos conhecidos, usufruem de estruturas bem melhores para o deslocamento de quem contempla seus atrativos.
Não fosse o aspecto de precariedade, muitos acidentes acontecem na BR- 469, e a pista de mão única coloca em risco motoristas, ciclistas e transeuntes, sobretudo os profissionais que fazem o transporte entre o aeroporto e hotéis.
Vale ressaltar, que o sonho da duplicação já foi adiado no passado, por meio de um embargo judicial das obras de duplicação logo que iniciaram, deixando os dois lados da pista com enormes valas abertas, tubulações pluviais espalhadas e cascalho amontoado. O aspecto de abandono causou muito desânimo na comunidade. A duplicação considerada uma obra de infraestrutura essencial para fortalecer o turismo regional, já foi anunciada várias vezes, nos últimos 20 anos.
O anúncio da nova empreitada, no entanto, elevou a autoestima dos usuários e de toda a população, em especial, por fazer parte do pacote de iniciativas assumidas pela Itaipu Binacional. As melhorias na área do Aeroporto, serviram como uma “amostra” dessa disposição e impactaram positivamente a opinião pública, levando em conta o grande fluxo no local. Muita gente acompanhou com satisfação a duplicação do acesso de 750 metros, entre o Centro de Convenções, na BR-469 até os setores de embarque e desembarque, com as duas pistas do acesso tendo sido beneficiadas pela execução dos serviços de terraplanagem, pavimentação asfáltica, drenagem, sinalização viária e paisagismo.
Paralelamente, o pátio de aeronaves foi revitalizado em aproximadamente 19.000m², e a pista ganhou uma ampliação de 600mts, para pousos e decolagens. Foi uma obra fundamental para a aterrissagem de grandes aeronaves, proporcionando voos diretos com polos emissores.
O projeto executivo para a duplicação da BR-469, em convênio firmado com a Itaipu estabelece a Binacional como financiadora e o Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria da Infraestrutura, como conveniada. O Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná (DER) será o executor das obras.
Segundo os dados mais recentes, o investimento é de R$ 213 milhões, dos quais R$ 210 milhões serão bancados pela Itaipu Binacional. O governo do Estado é responsável pela licitação e gestão da obra, além de garantir a manutenção da pista existente com recursos próprios. O prazo estimado para conclusão dos trabalhos é de 18 meses, claro, após seu início.
Tecnicamente, a duplicação da BR-469 se dará entre os km 12 e o km 24, compreendendo 8,7 km até o portão de entrada do Parque Nacional do Iguaçu. Durante o percurso, estavam previstos três viadutos e uma ponte, com ênfase para o viaduto na interseção com o acesso ao Aeroporto Internacional. Haverá também interseções em nível, passarelas para pedestres, via marginal e ciclovia em toda a extensão.
Há de se imaginar as dificuldades em realizar uma rodovia federal localizada em perímetro urbano, com a necessidade de adaptações para atender o intenso trânsito em curso. Várias entidades de Foz do Iguaçu e órgãos públicos, acompanham atentamente o desenrolar do tema, em compasso de espera para colaborar, se assim forem convocados.
A nova BR-469, ou Estrada das Cataratas, com os acessos para as localidades em desenvolvimento, condomínios, chácaras e área rural, além de suprir o tráfego em favor do Turismo, será um grande avanço.
Redação/Pesquisa/Assessorias