Hospital Veterinário: algo urgente para Foz do Iguaçu

*Por Luiz Henrique Dias_

 

Não é novidade para ninguém que a nossa cidade deixa muito a desejar quando a pauta é Direitos dos Animais. Falando aqui especificamente sobre cães e gatos, basta a gente perceber a situação de abandono de muitos desses pelos bairros e região central para entender o quanto Poder Público e parte significativa da população estão criando um passivo que envolve meio ambiente, saúde pública e proteção animal que, se não for tratado de forma proativa, vai gerar problemas maiores no futuro.

Uma das saídas, talvez a mais urgente, é a construção de um Hospital Veterinário Público em Foz do Iguaçu. Um hospital de verdade. Com capacidade de atendimento e funcionamento ininterrupto, atendendo a população que o procura de forma adequada e digna, como deve ser todo e qualquer serviço público.

Assim, o hospital garantiria:

1- Atendimento de urgência, em especial para animais feridos, vítimas de maus tratos, atropelamentos e outros acidentes.

2 – Escola de formação e capacitação, apoiando as faculdades de medicina veterinária e oferecendo programas de residência especializada, como oncologia, dermatologia, ortopedia, etc, com opções de tratamentos públicos ou de baixo custo, ao mesmo tempo que garantiria a capacitação para estudantes.

3 – Local com capacidade de centralizar políticas públicas e de educação envolvendo direitos dos animais, serviços de castração, adoção responsável, noções básicas de adestramento e central de cadastros.

Além disso, com o Hospital, a cidade tiraria das pessoas que decidem ajudar um animal a responsabilidade de ter que arcar com custos, ter que fazer rifas ou mesmo se endividar simplesmente por ter empatia.

Quanto aos outros animais, exóticos e silvestres, precisaríamos de outro artigo, pois há muito a se discutir, mas adianto que uma boa parceria entre um Hospital Veterinário Público, Refúgio Biológico, Parque Nacional, Parque das Aves e universidades poderia ser muito benéfica, mas, para isso, precisamos avançar sobre o Hospital de Foz.

Foz precisa avançar. Várias cidades já saíram na frente e entenderam o quanto a responsabilidade pela enorme quantidade de cães e gatos sem tutores ou vítimas de perigos e maus tratos é de toda a sociedade. Fingir que nada está acontecendo ou tomar medidas tímidas só vai agravar a situação.

* Luiz Henrique Dias é arquiteto e urbanista, professor e coordenador do Coletivo da Cidade.